quinta-feira, 22 de setembro de 2011
PUTA DO ROCK N' ROLL
Ficai aí no vosso sosseguinho
nos vossos pãezinhos
enquanto eles vos chulam
vos sacam o corpo
e a mente
dia a dia
dizes Avé Maria
ao patrão
ainda sois simpáticos
enquanto o caos
se abate sobre vós
vindes ouvir-me?
Vindes assistir
ao espectáculo?
Os vermes crescem
estão aí à porta
São os Mão Morta
estiveste em Paris?
Pediste esmola?
Sai desse mundinho
que te vendem
és louca?
Consegues ir atrás da loucura?
Estás com medo?
Vá lá, prima-dona
entreteste os gajos hoje?
Eles babaram-se à tua frente?
Correm atrás de ti?
Vens fazer o teu numerozinho,
não é?
Adaptaste-te?
Entras nas conversas?
Dizes umas merdinhas
para os outros gajos rirem?
Ou para que as gajas
te dêem atenção?
Bebes uns copos hoje
por isso pensas que és livre,
não é?
Mas depois voltas ao empreguinho
ao fado,
não é?
E os futeboleiros?
E a nação?
Ide todos para o caralho!
É muito fácil
falar dos políticos
é muito fácil
falar dos outros
desses atrasados mentais
que se safam
é muito fácil
gozar os outros,
não é?
Olha para ti
quem és tu?
Que fizeste na vida?
Alguma vez realmente
te passaste para o outro lado?
Alguma vez pegaste fogo?
Ou é só o Mourinho e o Ronaldo?
Palhaços, atrasados mentais
dói, não dói?
Queima?
É pior do que ir ao psiquiatra?
Continuas com joguinhos, não é?
Continuas com as palavras mansas
Olha, prefiro as putas
já andei com elas
olha que a grande barbárie
está à porta
olha que o teu dinheiro
está a perder valor
olha que o teu dinheirinho
não te vai servir de nada
olha que isto começa a cair
talvez se vieres
aprendas alguma coisa de novo
não que eu seja melhor
do que os outros
apenas diferente
nada tenho a perder
só isso
não falo de futebóis
não acabo
aos 90 minutos
não quero saber do Leça
nem do Leixões
sou livre
sou completamente livre
havia as miúdas da ilha
elas cantavam e dançavam
para mim
ainda vivem às vezes
nas minhas amigas
nas minhas companheiras
não morreram
não estão no estádio de Aveiro
eh, pá, estes gajos do futebol
dão-me mesmo cabo do poema
só falam dos estádios vazios
e de merda
começo mesmo a perder a paciência,
sabes?
Deviam explodir
para aí umas bombas
a ver se isto anima
não, talvez não
talvez venhas para mim
esta noite
talvez me digas
o que eu nunca ouvi
ai, Jim
se pudesse ressuscitar-te
tira-me destas conversas imbecis
sim, dizer algo de novo
dizer o que nunca foi dito
ser o santo
de Agostinho
gozar comigo próprio
nesta aldeia global
ir ao infinito
e cagar para a economia
vem,
vês como danço
como sou tão louco
é sempre mais fácil
que sejam os outros
a dizer as nossas coisas
assim estás exposto
só
no palco
o palco incendeia-te
há gajas que fogem
tens a escola
sabes
recomeças sempre
vais partir de novo
os vidros
ah!ah!ah!ah!ah!ah!ah!
És satanista
crês na tua loucura
o álcool faz-te escrever
justiça
agora pedem justiça
mago
vieste
achas piada
como é que há dias
em que não és
capaz de falar?
Em que suportas os outros
a imbecilidade
de alguns outros
agora navegas
fazes-te aos mares
sem saber onde os mares
acabam
como os navegadores
ainda és dessa pátria
ela ainda mexe contigo
não és só
a puta do rock n' roll.
V.N. tELHA, 21.9.2011
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