domingo, 4 de setembro de 2011
AQUELE QUE DÁ
É madrugada. Acordo na casa da Rua Nova de Santa Cruz, em Braga. A Vita olha para mim e pede-me pão. O Joaquim Castro Caldas partiu há três anos. A "Portuguesia" leva-me longe. Tenho sido mais reconhecido como diseur do que como poeta. Mas, apesar de tudo, o "Poeta a Mijar" continua em alta. Tudo seria diferente se hoje percorresse as ruas de Braga em triunfo. Estou aqui para algo de maior, não somente para me afirmar enquanto artista. Estou a travar batalhas épicas contra mim próprio. Algo ou alguém me transmite o que escrevo. Procuro o cálice. Venho de reinos desconhecidos. Armavam-me cavaleiro. Eu era o preferido da rainha. Lancelote, o cavaleiro branco. Na Rua Nova de Santa Cruz. A mente abre-se. Quero explosões, flores. Desço às minhas profundezas. Canto. O meu canto chega aos anjos. Sou aquele que dá.
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