quarta-feira, 20 de abril de 2011

VIVO


Não tenho escrito. Mas a quantidade não é sinónimo de qualidade. As gajas entram. Estou em Pedras Rubras. A TV fala de distúrbios no Benfica-Porto. A máquina do metro ontem engoliu-me dois euros. Faziam-me falta agora. Paciência. O que importa é que estou vivo. E razoavelmente com saúde. Isso é que interessa. Estar aqui vivo. A vida, verdadeiramente a vida. Isso é que conta. Já dizia Henry Miller. A vida pela vida. O café mudou de gerência. Há uma série de cafés a fechar ou a mudar de gerência aqui na zona. Até a "Motina". A minha querida "Motina" da escrita e das leituras. A Claudia Schiffer ainda está viva e está aí para as curvas. Um canto à mulher bela. O poeta fala aos anjos. Escreve. É louco mas também consegue ser sensato. Vai até ao fim. É publicado pelo padre Mário no "Fraternizar". Vai ler outra vez o "Livro da Sabedoria". Quer isso mesmo. A sabedoria. É louco. Procura o excesso e a sabedoria. Aprendeu com Blake e Morrison. É doido. Aprendeu com o Jaime Lousa. Embora o Jaime fosse quase sempre sensato e nunca se vendesse. É doido. Com todo o gosto. Vai até ao fim como o Jim. Acredita. É isso que o faz mais homem. É isso que o faz verdadeiro, autêntico. Escreve. É essa a sua missão. Ama a revolução e a anarquia. Está em Londres, está na Síria. É doido mas mantém a sensatez. Vai do inferno ao céu num só dia. É capaz de escrever como os maiores. Sobe ao palco. Gosta de lá estar. É doido. Tem essa fama. Ninguém lha tira. Aliás, ninguém lhe tira nada. É um deus. Acredita que alguns podem ser deuses. Outros estão irremediavelmente perdidos. Há os Eleitos e os não eleitos. Nada a fazer, minha rica. Ou és ou não és. Loucos divinos como Jesus, como Morrison, como Nietzsche, como Blake, como Breton, como Miller. Nada a fazer. Tudo a fazer. Tudo a revolucionar. Fora da cruz.

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