terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

O POETA NA BRASILEIRA


O poeta está, de novo, na "Brasileira". Desta feita, no andar de cima. Observa os jovens. Tenta compreendê-los. Tenta perceber de que lado estão. Desenham. O poeta, em tempos, também desenhava e bem. Depois perdeu o jeito e a prática. Permanece em Braga porque pressente que aqui alguma coisa está para acontecer. É a primeira vez que o poeta está nesta sala. Só tem dinheiro para um café. A revolução do Egipto desperta-o, enche-o de força e de vontade. O poeta acredita que está no mundo para o mudar. O caderno está a acabar. Está a formar um partido, um anti-partido. Petende fazer a revolução. Mija. É belo, apesar da barriga. Quer desenvolver actividades artísticas e o terrorismo poético aqui em Braga. Quer chegar aos jovens. Acredita no renascimento do homem. Está a viver os melhores dias da sua vida mas falta-lhe o poder da embriaguez. Os companheiros, as companheiras estão longe, estão na net. O poeta lança os seus textos ao mundo. Semeia. Está na cidade de Braga, na "Trip na Arcada". O poeta quer permanecer em Braga. Pensa que será aqui que o renascimento se vai dar. Ouve os jovens. São estes mesmos jovens que fazem a revolução no Egipto. O poeta ainda não está velho nem precisa de psicólogas imaturas. O poeta não tem que tabalhar. O seu trabalho é este. Criar e agitar. O poeta olha para os jovens. Actualmente é mais conhecido na Póvoa do que aqui em Braga. Na Póvoa afrontou o poder. Está em tribunal. O poeta olha as janelas da rua de S. Marcos. Quer algo de maior, algo de absolutamente superior. O poeta é de Nietzsche. Olha as hoas. Talvez devesse caminhar pela cidade. É isso que faz.

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