segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

REVOLUÇÃO NO EGIPTO

Manifestantes pedem ao exército que escolham entre país e Presidente
Oposição a Mubarak apela a greve geral e a "marcha de um milhão"
31.01.2011 - 08:06 Por Agências

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O movimento de oposição ao regime do Presidente egípcio subiu a parada de contestação apelando a uma greve geral em todo o país já a partir de hoje, e a uma "marcha de um milhão" de pessoas nas ruas, ao mesmo tempo que insta o exército a escolher entre o país e Mubarak.
As manifestações voltam hoje às ruas (Foto: Goran Tomasevic/Reuters)

Com esta chamada de um milhão de manifestantes às ruas amanhã, ao fim de uma semana de protestos em várias cidades do país, a oposição quer mostrar a força popular contra o regime. Sem arredar pé do centro do Cairo, os manifestantes mantêm o protesto pelo sexto dia consecutivo e insistem que o mesmo não acabará enquanto não cair o regime de Mubarak, há três décadas no poder.

Entretanto o Governo deu ordem de regresso da polícia às ruas, quando são esperadas dezenas de milhares de pessoas em novos protestos hoje na capital. O anúncio foi feito pelo Ministério do Interior, justificando a remobilização da polícia com a continuação dos saques em cidades como Alexandria e Suez. A polícia fora retirada das ruas na sexta-feira, depois dos muitos confrontos com os manifestantes, em que morreram já pelo menos 138 pessoas, segundo um balanço elaborado pela agência noticiosa britânica Reuters com base em dados obtidos juntos de fontes médicas, hospitais e outras testemunhas.

Na praça Tahir, no Cairo, os manifestantes partilham comida com as tropas que têm como missão fazer dispersar os protestos enquanto se ouvem cânticos de “abaixo, abaixo Mubarak” depois de seis dias de revolta e de um balanço de uma centena de mortes. As agências noticiosas dão conta que estão já mais de 50 mil pessoas na praça de Tahir (Libertação).

As pessoas recusam aceitar o recolher obrigatório imposto pelo Governo (a partir das 16h00 locais), imunes às promessas de Mubarak, num último discurso de reformas económicas para combater a subida dos preços, o fosso entre ricos e pobres e o desemprego. E as tropas não têm sido eficazes no sentido de fazer cumprir a directiva.

O discurso internacional tenta evitar uma transição de poder no Egipto. Obama pediu uma transição pacífica sem apontar a substituição de Mubarak, apesar de relatos darem a entender que a Casa Branca acha que o tempo do líder egípcio chegou ao fim e que cabe aos egípcios decidir o rumo a tomar agora. A Europa também se acanha a pedir a mudança e Israel pede uma reforma com continuidade de Mubarak no poder.

Mohamed ElBaradei, o rosto da oposição no Egipto e o nome indicado para a transição já veio dizer que será bom que Barack Obama não seja o último a pedir uma transição de poder no Egípto. Os EUA são os principais financiadores das Forças Armadas do país, com 1,3 mil milhões de dólares investidos por ano.


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