terça-feira, 21 de setembro de 2010

ÀS VOLTAS, SEM CHETA

ÀS VOLTAS, SEM CHETA



António Pedro Ribeiro



Velhos conhecidos a deambular pelas ruas de Braga. Velhos conhecidos meus a cumprir o dia, às voltas, sem cheta. Da "Brasileira" à Arcada, da Arcada à "Brasileira", às voltas, sem cheta. Nos cafés já mal tolerados, às voltas, sem cheta. Por onde anda a dignidade humana, às voltas, sem cheta? Eis o que o mercado dá, às voltas, sem cheta? Que sociedade é esta que nega o homem, que o atira para a valeta? Quantos Sarkozis há por aí, quantos matam a vida, às voltas, sem cheta? À procura de um canto para dormir, às voltas, sem cheta. Pela cidade à deriva, às voltas, sem cheta. Quanto vales na Bolsa, às voltas, sem cheta? Porque não te fizeste à vidinha, às voltas, sem cheta? Porque não te adaptaste à máquina, às voltas, sem cheta? Quem fez este mundo, às voltas, sem cheta? Quem és tu hoje, às voltas, sem cheta?

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