Brasília, 10 mai (Lusa) - O presidente brasileiro, Lula da Silva, manifestou hoje, durante a abertura do Diálogo Brasil-África sobre Segurança Alimentar, Combate à Fome e Desenvolvimento Rural, a intenção de abrir uma linha de crédito para incentivar a agricultura dos países africanos.
Lula da Silva não fez referência a valores, mas garantiu que os detalhes da proposta serão discutidos entre as autoridades brasileiras e os mais de 50 ministros da Agricultura de África que participam, até a próxima quarta feira, no encontro em Brasília.
"Temos condições de criar em África as mesmas condições de financiamento que criamos aqui no Brasil. (...) O século XXI tem que ser o século do renascimento africano", declarou Lula no seu discurso, após ser homenageado com o Prémio de Campeão do Mundo na Batalha contra a Fome, concedido pela Programa Alimentar Mundial (PAM) das Nações Unidas.
Na avaliação do presidente brasileiro, o combate à pobreza só será vencido se for considerado uma prioridade na política orçamental de cada país.
"Os dirigentes mundiais precisam de definir que não há nada mais importante do que a segurança alimentar como forma de garantir a soberania e a autodeterminação dos povos", assinalou.
O chefe de Estado brasileiro, que na infância já passou fome, lembrou a dor de quem já viveu esta experiência. "Quem tem fome não pensa. A dor do estômago é maior do que muita gente imagina. E a pessoa que tem fome não vira revolucionário, mas pedinte, dependente, um ser humano subserviente, humilhado e sem forças para brigar contra seus algozes que são responsáveis pela fome", assinalou.
Lula da Silva destacou a prioridade dada a Africa durante os seus dois mandatos presidenciais e disse esperar que o seu sucessor continue a zelar pela relação Sul-Sul.
Até o final deste ano, o atual presidente do Brasil deverá ter visitado 25 países africanos. "Eu conheci bem a África. Parte da savana africana tem as mesmas características do cerrado brasileiro, que hoje é a área de maior produção de grãos do Brasil", afirmou o presidente, defendendo uma maior parceria entre brasileiros e africanos para a produção de etanol.
Lula da Silva lamentou que ainda não tenham sido retomadas as negociações para a conclusão da Ronda de Doha da Organização Mundial de Comércio (OMC) e disse que esta seria uma possibilidade de abertura dos mercados para os africanos exportarem para países ricos. "Quando a gente quer vender, o mercado não é tão livre quanto parece ser", queixou-se.
O presidente brasileiro defendeu ainda o financiamento de projetos para África por parte dos países ricos e a injeção de recursos no Banco Africano por parte do Fundo Monetário Internacional e do Banco Mundial para a concessão de créditos.
No final da tarde, Lula da Silva e os ministros africanos participam na inauguração da Embrapa Estudos Estratégicos e Capacitação.
Nesta nova unidade da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, serão treinados em agricultura tropical técnicos brasileiros e estrangeiros.
A Embrapa já está presente em África através de seu escritório no Gana e a intenção do governo brasileiro é abrir novas representações do órgão no continente africano.
CMC.
*** Este texto foi escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico ***
Lusa/Fim.
terça-feira, 11 de maio de 2010
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No Limbo
Queres trabalhar
desempregado
Queres ser dono do seu destino
pede uns trocos aos teus pais
Queres a Revolução
nas fronteiras de vanguardas desavindas
Queres viver entre irmãos
isolado, alienado, ignorado no teu buraco
Queres lamber a pele da tua Musa
punhetas
Queres uma carícia ainda que fugaz
o Amor está muito caro
Sabes ao menos o que queres, o que queres ser e onde queres sê-lo
A tua vida está no Limbo, procuras o caminho no meio da escuridão
Luís Rocha
Kadafe dos Pneus tinha um problema de afirmação. Não só politicamente mas, acima de tudo, no campo capilar. Era uma angústia que o perseguia e que Desaires Eleitorais sabia aproveitar com mestria, quer promovendo-o dentro do Partido do Social e do Democrata, quer retirando-lhe o tapete quando Kadafe mais se convencia que ia lá... ...
iupi...
csd
"cultivo una rosa blanca
en junio como en enero
para el amigo sincero
que tiende su mano franca
y para el cruel que me arranca
el corazón con que vivo
cardo ni oruga cultivo
cultivo la rosa blanca" (J.Martí)
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