segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010
A PRAÇA PERMANENTE
Corre agora na praça que sou um filósofo. Não tenho a erudição de Platão ou de Nietzsche nem tenho o método, o rigor e a disciplina de Kant mas, sim, talvez seja um filósofo. Aliás, se são os outros que o dizem...
Eu quero saber do Homem. Questiono a condição humana. Procuro a sabedoria, a iluminação no que a esse campo respeita. Não me preocupo com o conhecimento da Física, da Química ou da Matemática mas procuro conhecer o Homem. O homem e a mulher, claro. Converso com elas e com eles. Ouço-os. Procuro nos livros as respostas. Investigo. Sem mestrados nem doutoramentos mas investigo. Ouço os poetas, os filósofos, os escritores, os sociólogos, os psicólogos, os psiquiatras, os historiadores e os eruditos. Faço da vida uma praça permanente. Ouço também os loucos, os visionários, os malditos. Estou a construir o livro. Não sou poeta e filósofo por sê-lo. Tenho uma missão. Escrever o livro que transformará o mundo. Já não sou apenas eu a dizê-lo. São as palavras, os pensamentos que me guiam, que vêm ter comigo. Talvez seja presunçoso dizer que o livro transformará o mundo. Mas sei que se o conseguir escrever influenciarei muita gente. "Assim Falava Zaratustra" inicialmente só chegou a sete amigos. Os homens de espírito têm de saber lidar com a solidão e com a incompreensão dos seus contemporâneos.
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