quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

MANIFESTO DO PARTIDO INTEIRO


Acabo de ler o "Novo Livro do Apocalipse ou da Revelação" do padre Mário de Oliveira. É daqueles livros que nos dão a volta à cabeça. Tenho de ser capaz de escrever um livro assim profético. "Queimai o Dinheiro", a espaços, já o é. Mas é preciso mais. É preciso um livro que chegue a muita gente. É preciso um livro que chegue a muita gente. É preciso um livro que espalhe a Boa Nova. Não de Deus mas certamente próxima do Jesus do padre Mário. O homem, e especialmente a mulher, é essencialmente Espírito e Afecto. É isso que temos de dizer, é isso que temos de gritar. Temos, de facto, uma Missão. A Missão de libertar a Terra. A Missão de derrubar os profetas da morte e do dinheiro. De dizer que a Vida não é sobrevivência nem mera contagem de trocos. De dizer que a Vida não é pilhagem, nem hierarquia, nem competição, nem submissão. De dizer que a luz está aqui. Que o divino está aqui. Que o céu está aqui. Não somos niilistas como alguns amigos nossos. Mas deixamos de acreditar nos partidos. Somos um Inteiro que não se perde em tricas de Assembleia. Mantemos a porta aberta. Mas não vamos à bola com as TV's dos futebóis, dos concursos, das notícias do Templo. Amamos as mulheres. Mas não suportamos que elas se agarrem à nota, ao gajo da nota, à segurança material. Nascemos no Maio de 68. Viemos com as flores e com a revoltas nas faculdades e nas ruas. Já partimos vidros e derrubámos estátuas fascistas. Somos do padre Mário mas não subscrevemos integralmente a via pacifista. Não suportamos o Poder nem os chefes. Somos inimigos do mercado e dos vendilhões do templo. Não estamos à venda. Somos da liberdade e do amor. Mas também do caos e da noite. Vimos do caos e da noite. Mas estamos a tentar atravessar para o Reino da Luz. Às vezes temos de falar dos copos e do sexo. Não podemos ser sempre bons, sempre santos. Lemos o divino marquês e os "Cantos de Maldoror". Por isso, não suportamos a pequenez dos homens. Por isso, causa-nos vómitos a redução do homem ao macaco que trepa sobre o outro macaco, ao macaco que só fala da vidinha, que se torna vidinha e preconceito. Não suportamos o homem da mercearia, da mesquinhez, do pequeno e grande lucro. Não suportamos as suas conversas. Por isso, não exaltamos o homem pequeno como fazem os nossos amigos comunistas e alguns anarquistas. Não glorificamos o "trabalhador honesto" e castrado. Apenas abrimos portas. Apenas dizemos que não embarcamos nessa viagem em que os vemos embarcados. Não prometemos salários mais altos. Não prometemos trabalho. Não prometemos bens materiais nem o paleio da crise e da economia. Apenas abrimos portas. Falamos ao espírito e ao coração. Escrevemos com o próprio sangue, como Nietzsche. Não acreditamos no Telejornal nem no Pai Natal. Não acreditamos em negociações com o Poder nem em sindicatos. Só queremos atravessar para o outro lado.

3 comentários:

Anónimo disse...

Ainda podes reclamar o prémio:

http://doarcodavelha.blogspot.com/2009/12/blogs-do-ano.html

A. Pedro Ribeiro disse...

muito agradecido, amigo.

Angel disse...

Anarquicamente bem ganho!
Eu partilho da escolha.
Parabens Pedro!
Continua
Abraço