quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

DA DÁDIVA


A dádiva. O prazer da dádiva. Eis o que distingue o artista e o homem de fé. Criamos pelo prazer de criar. Pensamos no reconhecimento, não necessariamente na recompensa. É claro que quando temos fome pensamos na comida. Mas não estamos sempre a pensar no comer e beber, nas rendas e na sobrevivência como o comum dos mortais. Pensamos no belo, na mulher bela, na transformação do mundo, na Criação. Não somos práticos nem realistas porque nos recusamos a sê-lo. O real quotidiano entedia-nos. Dar e receber. Para isso viemos ao mundo. E para amar a mulher amada. Somos do mundo mas queremos mudar o mundo. Somos do mundo mas também somos do espírito. É o espírito que nos conduz, o espírito livre. Não trabalhamos. Trabalhamos para a Humanidade. Trabalhamos para a Humanidade que há-de vir. Sabemos que ela vem. Porque sabemos, como o padre Mário de Oliveira, que o Homem é, ou pode ser, essencialmente afecto, mesa partilhada. Não sabemos se é Deus ou Jesus mas sabemos que é o Espírito, o Espírito Livre.

Sem comentários: