segunda-feira, 5 de outubro de 2009

A VIDA

Uma seca, uma grande seca, aparte as conversas que possamos ter acerca disto tudo, da alma, do mundo, etc. De resto, um absurdo. Passar a vida atrás do dinheiro. Passar a vida a falar do dinheiro. Passas uma infância mais ou menos feliz, depois és jovem, tens umas ideias, umas utopias, mais tarde ou mais cedo convertem-te à máquina do emprego e do dinheiro, casas-te, castram-te. É isso o que fazem da tua liberdade. É isso o que fazem da tua vida. A tua vida que era livre e gratuita. A tua vida que já não é tua. Olha para a seca de vida que os outros levam. Olha se eles são felizes! São sempre as mesmas conversas do lucro, da sobrevivência, do subir na vida. Olha para essa vida ao serviço dos castradores, dos inimigos da vida. Olha como eles negam a fruição, a vida autêntica. Como dizia Morrison: quanto tempo mais vais deixar que eles comandem a tua vida? Quanto tempo mais vais deixar que eles enterrem a tua cara na merda? Quanto tempo mais vais entregar-lhes a tua vida?
A vida não se resume a uma fórmula única e irreversível. A vida não tem que ser uma seca. A vida não tem que ser castração e obrigação. A vida não tem que estar nas mãos da máquina ou de Deus ou do que quer que seja. A vida é tua. Goza-a. Faz dela o que quiseres. A vida foi-te dada gratuitamente. Não a tens de pagar. Não tens de correr atrás do dinheiro, nem do poder, nem do estatuto. Curte-a. Ama-a como no primeiro instante. Foi para isso que vieste ao mundo. Não ouças mais as conversas da máquina. Não ouças mais as conversas dos vencidos. Não te deixes contaminar. Os gajos estão em todo o lado: nos cafés, na televisão, na net, na rua. Não te deixes vencer. Não ouças as conversas.

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