MAMAS
As mamas de Cláudia
Trouxeram-me o café e um copo de água
E empurraram-me ao balcão
A brasileira arrefece a coxa
Com cerveja
E olha para mim
Enquanto faço crítica literária
À esplanada do "Xaphariz"
E leio um poema
De Jorge de Sena
Os foguetes estalam no ar
E os UHF soltam os cavalos na Apúlia.
A ARDER
"O poeta embriagado
insultava o universo."
(Rimbaud)
O país a arder
e eu também
o país a chorar
e eu a enlouquecer
aos berros
pelas ruas da aldeia
a insultar Deus e o presidente
e a uivar led zeppelin
o país a arder
e eu a beber
copo sobre copo
sem parar
o país a arder
e eu a discutir
com o estalajadeiro
a exibir o cartão do partido
e a carteira profissional
a oferecer poemas às meninas
e a dar-lhes treta
o país a arder
e eu a sofrer
a cambalear
livre, embriagado
animal de palco
o país em fogo
e eu em chamas
anjo em chamas
o país a arder
e eu a delirar.
MUSA
Gigantes de pedra
majestosos
vastidões verdes
precipícios
Eis os teus cabelos
a raiz
os lugares
onde acasalas
onde és plena.
(poemas de A. Pedro Ribeiro)
in http://quintasdeleitura.blogspot.com
terça-feira, 20 de outubro de 2009
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1 comentário:
tu e as mamas...
conheci-tye a declamares esse poema.
fiquei vermelha como um tomate.
um colega meu - grandessíssima besta - quase caiu da cadeira a rir (pena não ter partido uma perna).
desde então não posso usar decotes à frente do vereador,que por acaso estava no evento, apesar de não ser a Cláudia do poema.
CSD
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