"Esta não é forma de trabalhar"
Ulrich pede a Sócrates para "pôr ordem no que está a acontecer no BPP"
23.07.2009 - 18h15
Por Cristina Ferreira
"Peço ao sr. Primeiro-Ministro que pare para olhar para o que se está a passar no BPP" de modo a poder avaliar "com a cabeça fria" o dossier, disse o presidente da Comissão Executiva do BPI, Fernando Ulrich, que considera que "esta não é forma de trabalhar" e que José Sócrates está a ser mal aconselhado.
Os "nossos governantes em vez de estarem a ir constantemente à AR prestar esclarecimentos, o que eu até entendo, deviam também perder algum tempo a pensar". O banqueiro do BPI,comentava as soluções que têm sido apresentadas pelo Governo para resolver a situação do BPP, intervencionado desde Dezembro de 2008. "Neste momento o BPP já constitui um risco sistémico para o sector financeiro", defendeu. Ulrich lembrou ainda que a origem dos problemas é anterior "à intervenção no BPP, pois os supervisores, CMVM e BdP, não os detectaram, e tudo o que se passou daí por diante (demora em resolver o dossier e falta de coordenação entre Governo, CMVM e BdP) não é geradora da estabilidade e de confiança no sistema financeiro". O CEO criticou o Governo por ter decidido de forma unilateral "e à força" alterar o decreto lei referente ao Sistema de Indemnização dos Investidores (SII), para "obrigar os bancos a assumirem responsabilidades" [pagamento aos clientes do BPP de parte das aplicações em produtos de capital garantido através do FII, que é dotado com fundos dos bancos] que resultam de erros da supervisão. E acusou as autoridades de incapacidade para encontrar uma solução para os problemas do BPP, que está há oito meses intervencionado. Esta situação transformou o BPP "num problema com relevância sistémica" para o sector. O BPI, revelou, já disse pediu pareceres jurídicos para poder contestar as mudanças realizadas pelo Governo no decreto-lei relativo ao SII para poder reembolsar os clientes do BPP com activos de capital garantido. Inicialmente o SII destinava-se apenas a permitir, em caso de falências bancárias, reembolsar depósitos e não investimentos de risco.
sexta-feira, 24 de julho de 2009
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