quarta-feira, 22 de abril de 2009

VIOLA-ME ELÉCTRICA


Esta semana vai ser e já está a ser a abrir. Ontem Pinguim, hoje Famalicão, amanhã Púcaros, sexta Casa Viva, sábado 25 de Abril nos Aliados. Até me tem faltado o tempo para postar os textos nos blogues. Só não me saem poemas. Apenas esta escrita diarística. Estou na "Motina" e sou o único cliente. A tarde está solarenga. Como vem sendo hábito a manhã não existiu para mim. Vou-me sentindo com pedal, com o pedal que me dás. Vou tendo reuniões com os meus companheiros libertários. Aqui há uns anos lia enfaticamente os poemas do Ary dos Santos, do Zéca Afonso. Não é que os tenha deixado de admirar mas estou noutra onda, não saudosista. O homem coloca as moedas na máquina do tabaco. A rádio passa Joe Cocker. O homem pede um isqueiro mas não vai queimar notas. Ontem no Pinguim a casa estava cheia. E deu gozo. Já não ia lá há uns tempos. Se tivesse levado livros para vender talvez vendesse alguns. O Spranger também esteve a promover o livro. No dia 7 os Las Tequillas estarão em São João da Madeira. Urge ensaiar. O livro está na Poetria, no Clube Literário, no Púcaros e em 3 livrarias de Braga, entre as quais a Centésima Página onde vamos estar a 22 de Maio. Na noite de 24 para 25 se calhar vou fazer directa ou dormir onde calhar. São as minhas comemorações do 25 de Abril. São os tais sacrifícios que um gajo faz. A merda do Alemão é que me está a lixar. Vou ter teste na quarta e não percebo um corno daquilo. O dativo, o acusativo, os verbos modais, tudo me passa ao lado. O que vale é que levei 13 no exame. Sou um dos melhores clientes da "Motina" embora por dia gaste pouco dinheiro. 2 cafés. 1,10 euros. Mas depois venho para aqui criar, lançar foguetes ao mundo. A rádio passa Rádio Macau. Uma banda que sempre me agradou. Estou com um pedal do caralhão. O raciocínio flui, abraça toda a gente. Mas afinal a música é oferecida pelo "Continente". Já não estou a gostar nada disto. Odeio o Belmiro de Azevedo e todos os empresários de sucesso. Odeio mesmo visceralmente. Odeio todos aqueles que nos roubam a vida, que transformam a vida em morte e em vidinha. São 5 horas. Há um rapaz mudo na mesa do lado. Faz gestos para o pai e eu fico mais humano. Mas isso não quer dizer que vá a correr beijar o Sócrates e o Belmiro. Já disse. odeio essa gente, essa gentalha. 5. Notícias no continente. As pessoas estão a desconfiar mais dos bancos. Ainda bem. Há ladrões de bancos e os ladrões dos bancos. Prefiro os primeiros. Deixei de ter dinheiro e conta no banco. Até aí me sinto à margem. Estou quase à margem do capitalismo. O Joaquim Castro Caldas não tinha sequer número de contribuinte nem tinha relações com as Finanças. Mais uma vez deixo-me levar pelas palavras. O texto já vai longo. Tenho de pegar no Alemão senão a professora viola-me. Até que é meia marada e bonita. Mais um caso de adaptação ao sistema. Poderia ter-me adaptado. Ter uma profissão estável. Mulher e filhos. Mas sinceramente não me estou a ver. Acabaria por descambar. Acabaria por cair no inferno a caminho do céu. Acabaria por cair no whisky ou nas noitadas do bar. Acabaria por não suportar a pressão e rebentar. Acabaria por flipar. Não, sinceramente não me estou a ver. Definitivamente segui a outra via. Para o bem e para o mal. Entra o tolinho do telemóvel. E o Rocha que não me manda o mail. Até parece um daqueles namoros problemáticos. Sinto falta do bêbado. O bêbado sentado á mesa dava-me alto pedal para escrever. Deve estar a pregar noutras paragens. Um bêbado dá sempre cabo da rotina. Um bêbado acende a vida. Pelo contrário, o tolinho anda a tornar-se normalzinho. Que grande seca! Estou a chegar ao fim da segunda página. Vamos lá violar o Alemão.

3 comentários:

Claudia Sousa Dias disse...

não será antes a prof de alemão?


csd

Gala Dmitrievna disse...

:) engraçado falares no alemão. eu além de ter aulas ao sábado à tarde ( à quarta não gostei do professor ) não percebo nada da gramática e vou ter teste daki a 2 semanas. Damm :p

A. Pedro Ribeiro disse...

não, somos contra a violência doméstica e pelos direitos das mulheres neste país de pós-Abril e do 25 de Novembro. Gala, eu também não pesco quase nada.