2009/ABR/22
Despedimento colectivo no "Correio da Manhã"
A Administração do “Correio da Manhã” pretende levar a cabo um despedimento colectivo envolvendo uma dezena de trabalhadores, sete dos quais jornalistas.
A empresa alega a necessidade de redução de custos, mas o Sindicato dos Jornalistas (SJ), em comunicado divulgado hoje, 22 de Abril, considera não haver "motivos válidos para o desencadeamento de um processo desta natureza".
É o seguinte o texto, na íntegra, do comunicado do SJ:
SJ contra despedimentos no “Correio da Manhã”
1. A Administração do “Correio da Manhã” comunicou hoje a intenção de proceder a um despedimento colectivo, envolvendo uma dezena de trabalhadores, sete dos quais jornalistas, alegando a necessidade de redução de custos.
2. O Sindicato dos Jornalistas (SJ) condena vivamente o procedimento seguido pela empresa, por não encontrar motivos válidos para o desencadeamento de um processo desta natureza, desde logo porque o CM é uma publicação líder no mercado editorial português e se insere num dos mais importantes e sólidos grupos a operar no sector – a Cofina.
3. O SJ não pode aceitar que, a pretexto da conjuntura, as empresas aproveitem para despedir profissionais pois, mesmo que viesse a invocar-se uma qualquer crise, deve sublinhar-se que a Cofina possui capacidade para diminuir o seu impacto e prestar apoio a empresas do grupo que circunstancialmente o necessitem.
4. O Sindicato não nega às empresas o direito de abrirem processos de adesão voluntária a programas de redução de pessoal, embora tais programas se traduzam geralmente num desperdício de experiência e de memória que enfraquece as redacções e empobrece o serviço prestado aos cidadãos. Mas rejeita claramente despedimentos como aquele que agora foi desencadeado.
5. Trata-se, por outro lado, de um despedimento que acentua a redução de jornalistas recentemente encetada, nomeadamente em delegações do jornal (são atingidas agora as delegações de Braga, Porto e Algarve, além da sede), diminuindo a relação do CM com as regiões, com efeitos negativos na expressão da diversidade das realidades do país.
6. O Sindicato, que continuará a acompanhar a situação e a prestar todo o apoio que lhe for possível aos seus associados, apela aos jornalistas e outros trabalhadores ao serviço do CM para que se mantenham unidos e para que lutem para impedir este despedimento, assim como para prevenir futuras ofensivas contra os seus direitos – o primeiro dos quais é o direito ao trabalho.
Lisboa, 22 de Abril de 2009
A Direcção
quinta-feira, 23 de abril de 2009
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