terça-feira, 28 de abril de 2009

ROMANTISMOS


Regresso ao "Piolho" à tarde. Chove lá fora. A televisão transmite os programas imbecis da tarde. A loira dá prémios. As concorrentes põem-se em posição. Ninguém conhecido. Os putos bebem cerveja. Isto poderia ser um poema mas não está na forma de poema. A "Queima" aproxima-se. Os estudantes andam eufóricos. Vou ao Alemão olhar para a professora. Tem piada a gaja. Mas eu não pesco quase nada. A C. anda preocupada com as minhas actividades subversivas. O que é que se há-de fazer? O rumo está definido. Nada há a fazer, minha rica. Também sou um personagem romântico. O último dos poetas românticos, já o disseram. Sou aquele que diz o poema e que depois se vai embora, assim sem mais nem menos, sem despedidas. Estou condenado a ser romântico mesmo que a minha escrita, muitas vezes, não o seja. A minha escrita é punk, como escreveu o Henrique Fialho. A minha escrita é desvairada. E isto poderia ser um poema. E o Oliveira não aparece. E hoje não fui ao "Orfeuzinho", ao homem da concórdia, ao empregado que se faz à boazona do quiosque. Há seres que hão-de ser sempre solitários. Não é o meu caso. Há dias e dias. Esta semana não é a abrir como a semana passada. Hoje não vou ao "Pinguim". Na quarta irei ao "púcaros". Amanhã vou a Vila do Conde ensaiar com o Henrique. Temos concerto para a semana em São João da Madeira. Há que ver canções que não tocamos há muito. Há que retomar as Las Tequillas. Para a semana há metro toda a noite por causa da "Queima". Fixe, assim já posso ficar no Porto até mais tarde. O solitário permanece ao balcão. O eléctrico pára em frente ao "Piolho". Aqui também há um quiosque mas não tem boazonas. Só as boazonas das revistas. Chega o Fred.

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