domingo, 26 de abril de 2009

ÁLCOOL GRATUITO PARA OS POETAS!


Síntese. Capacidade de síntese. Aprendi isso com o Artur Queiroz. Se calhar era o único "patrão" com quem atinava. Um gajo não se pode dispersar. Falar de "n" coisas ao mesmo tempo. Confundes o público. A não ser que o teu objectivo seja esse. Criar a confusão. Também diziam isso de mim na Faculdade de Letras. Às vezes também é preciso. Não sabia o que sei hoje. Mas, às vezes, poucas, conseguia virar a assembleia a meu favor. É preciso saber cativar o público ou o leitor. Vou voltar a falar do Partido Surrealista Situacionista Libertário. O PSSL vai concorrer às eleições. Estamos em ano de eleições. É preciso um novo partido. É preciso que os partidos se multipliquem. É preciso que haja centenas de partidos, milhares de partidos, milhões de partidos. Cada cidadão, um partido. É preciso que os partidos sejam inteiros. Como o PSSL, como a Frente Nietzscheana Dionisíaca, como a Liga Guevarista Morrisoniana, como o Partido dos Libertinos Oprimidos, como a Frente das Donas de Casa Revolucionárias, como o Movimento dos Bêbados Emancipados. Vamos concorrer a todas as eleições. Eleições atrás de eleições. Eleições todos os dias! E já não há brasileiras no café. E o café perdeu o samba. Não se pode disparar em todas as direcções. Gastar as munições todas. Também já o fiz no passado. Os "dragões" defendem a liderança. O professor Jesualdo teoriza. O sol brilha lá fora. Há "dragões", "leões" e "águias" por todo o lado. Aproxima-se a hora do futebol. Lourosa, Lourosa! Marrazes!- como canta o José Mário Branco no "FMI". O José Mário Branco é que tem razão. Teve sempre razão. Até foi ontem à televisão. Finalmente, à televisão! O José Mário Branco raramente passa na rádio. Talvez as coisas mudem um pouco. Há um silenciamento dos cantores de protesto e da resistência. Um gajo às vezes passa se misturar a revolução com o sexo e com o humor. Já percebi essa. Mas só a espaços. Até a Manuela Moura Guedes se tornou uma referência do anti-fascismo. Tem alguma coragem, não se pode negar. Rapaz, a cerveja está a acabar. Os poetas deveriam ser fornecidos gratuitamente quando estão a criar. Ou há cerveja ou há vinho ou há whisky ou a criação perde-se! Os tasqueiros e os estalajadeiros têm de compreender isso. Àlcool gatuito para os poetas! Sem àlcool não há criação. Há aqueles que não bebem, é certo. Mas isso é problema deles, não é nosso. Restam-me umas gotas. E a obra-prima a sair. A prima, a cunhada e a enteada, seja lá quem for. E agora vou mijar, com licença. Deixem os poetas à vontade! Deixem os poetas fazerem o que querem. Deixai-nos a nós a liberdade já que não estais interessados nela! Deixa-me, ó Rocha, que trocas o 25 de Abril por telemóveis! Deixa-me, ó Joana, que trocas a revolução pela "Zara"! Deixa-me, ó Zé, que trocas o amor pelo Ronaldo! Deixai-me em paz! Estou farto de vos ouvir, farto de aturar as vossas conversas. Sempre a mesma conversa. Não varia. É sempre a família, o futebol e as telenovelas. É sempre o diz que diz. E aquele que anda com aquela. Estou-me a cagar para as vossas merdas!

1 comentário:

Claudia Sousa Dias disse...

bom, vou-te deixar em paz, Pedrinho...

depois de ter trocado a tua revolução pela da Manuela...


...Monteiro e o lanaçamento do lindíssimo "A Casa da Romazeira"


beijinhos


csd