quarta-feira, 18 de março de 2009

HOMEM LIVRE


Sinto-me indiscutivelmente melhor do que há uma semana. Há uma semana estava muito metido comigo mesmo, tinha medo do palco, tinha medo das pessoas. Agora não. Apetece-me speedar por aí fora. Gritar. Mesmo sem perder a compostura perante os cavalheiros respeitáveis que aparecem. Até bebo cerveja na confeitaria. Não é muito habitual. Mas a coisa flui mais rapidamente. EStá um calor do caralho. As gajas vêm mais descascadas. A cerveja desliza. Anda lá, ó poeta da corte, desafiar-me. Estou pronto para ti. Vós, trabalhadores, trabalhai. O meu mundo não é o vosso. O meu trabalho é este. Pensais que não custa escrever um poema? Olhai que ando cheio de speed. Olhai que não há limites. Olhai que cago no Sócrates e na verborreia dos políticos. Olhai que estou para lá. Olhai que estou farto de discursos conciliadores. OLhai que ando pela noite. Olhai que agarro a vida. OLhai que cago das notícias. Olhai que não tenho preconceitos. Olhai que estou cheio de speed. Olhai que o pedal vai durar. Olhai que grito. Olhai que estou vivo. Olhai que me estou a cagar para as convenções. Olhai que sou um poeta. OLhai que deixei de ser pateta. OLhai que bebo até ao fim. OLhai que cago na economia. Olhai que não vou no discurso da Maria. OLhai que sou livre. Olhai que sou um homem. OLhai que sou livre. Aqui e agora. E pouco me importam as panelinhas e as capelinhas. Sou um homem livre.

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