quinta-feira, 26 de março de 2009

DO AMARAL


O Amaral encontrou-me no "Ceuta". Falámos da arte e da vida. Depois o Amaral foi comprar fruta. Sim, os poetas e os escritores também compram fruta. Não passam a vida a ter discussões metafísicas. Não passam a vida a olhar para as gajas e a comentá-las. Eu próprio tive um teste de Alemão. E correu-me mal. Logo agora que tudo parece correr bem. Logo agora que tenho namorada. Logo agora que tenho fãs. Bem, o que importa é que encontrei o Amaral no Ceuta. Não é normal acontecer nos dias normais. Normalmente só nos encontramos em eventos. O Amaral que tem uma banda de sucesso e um livro de sucesso. "Caravana". Aqui no "Piolho" há um empregado que está sempre a mudar. Estranho fenómeno. Há sempre um empregado que não aguenta mais do que duas semanas. Os outros vão-se mantendo. ESte ano o "piolho" faz 100 anos. E eu já venho aqui há mais de 20. ERa puto nesta terra e vinha cá. Acho que mesmo no tempo da Faculdade de Economia. Tertúlias, noitadas, conversas acesas. Depois conheci o Amaral. ERam os tempos do PSR. Os tempos em que acreditava no partido. Em Marx, Trotsky, Lenine. DEpois o Amaral deixou o partido. E eu continuei. Até 2005. Aliás, já em 2004 anunciei uma candidatura à Presidência da República à revelia do partido. E o Amaral ia aparecendo: por carta, por mail, ao telefone, pessoalmente. Dava forças à minha poesia. Fazia-me acreditar nela. E há serenata lá fora. Nunca liguei muito a essas coisas académicas. Mas tocam "A TRova do Vento que Passa". "Há sempre alguém que resiste/ há sempre alguém que diz não". E o gajo nunca mais traz a cerveja.

1 comentário:

Claudia Sousa Dias disse...

:-)

devias também comer mais frutinha como o Amaral...


:-)))


beijos


csd