segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009
PARA A CARLINHA
Regresso à "Motina"
depois da Carlinha
apetece-me um bolo
o sol brilha
os outros trabalham
levam a vida normal
das pessoas normais
só eu e a Carlinha é que não
somos danados
vivemos numa economia paralela
não trabalhamos
vamos cravando o dia-a-dia
a vida normal
das pessoas normais
não nos interessa
até no andar somos diferentes
gingamos pela cidade
atravessamos a ponte
rumo ao parque florestal
a Carlinha fuma charros
e eu bebo cervejas
amamos a vida
não a vida normal
das pessoas normais
mas a vida pela vida
que se passa nas tardes
de um lado para o outro
trocamos olhares carícias
longos silêncios
somos danados cúmplices
deixamos a vida correr
num mundo sem guerras
sereno, brilhante
que está na pena
de alguns poetas
já passámos o leão
somos, de novo, crianças
eu de café em café
a Carlinha em busca da Europa
sai de Amarante à boleia
e eu fico à espera
à mesa do café
somos, de novo, crianças
crianças sábias
que apenas jogam com a vida
que se deixam levar à noite
á boleia
sem prisões
sem amarras
nós mesmos
de novo, crianças.
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