A união da arte com a vida, eis o essencial para combater a sub-vida do sub-homem. Para combater a vidinha previsível, cheia de tédio com que banqueiros, capitalistas, economistas e políticos nos presenteiam. A união da arte com a vida para combater o império do deus-dinheiro que substituiu o outro Deus. O deus-dinheiro que nos tira a vida, que nos tira a alegria, que nos converte em mercadorias, em objectos de compra e venda. Não é possível o homem descer tão baixo. Não é possível o homem tornar-se um farrapo que se arrasta por aí. O sub-homem diminui os grandes homens. Torna-os frágeis, medrosos, hesitantes, sem iniciativa. Esta é também a sociedade do espectador. "Quem fica sempre a olhar, para saber o que vem a seguir, nunca agirá; e, assim deve ser, realmente, o espectador", diz Guy Debord.
Esta é a sociedade do espectáculo onde não participamos, onde nos limitamos a bater palmas. Onde o sub-homem é passivo e obediente. Enquanto a arte estiver ao serviço do espectáculo, a vida não é possível. A arte tem de conduzir-nos a um problema vital e não à não-vida. O homem tem de ser actor e poeta. O homem tem de criar, transformar, derrubar os velhos valores, como preconiza Nietzsche. A revolução não pode ser meramente material, referir-se apenas ás condições materiais de existência. A revolução comunista, o marxismo, segundo Antonin Artaud, ignora o mundo interior do pensamento, restringe-se ao exterior, ao material, ao económico. É da vida interior que nasce a criação, do espírito. Temos de ser espíritos livres como defende Nietzsche e não meros receptáculos económicos. A economia é inimiga da vida. Todos os economistas deveriam ser silenciados. O prazer e a alegria interior devem ser ampliados.
quinta-feira, 22 de janeiro de 2009
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