domingo, 21 de dezembro de 2008
O POETA E AS GAJAS BOAS
E cá está o poeta de café, só, diante da folha que já não é branca. E cá está o poeta a olhar, a ver se gajas que o entusiasmem, que o façam cavalgar. As gajas boas são as musas que lhe dão tesão, que o fazem sair da letargia. Mesmo que nunca as conheça, que nunca fale com elas, o poeta depende das gajas. São elas que se insinuam, são elas as ancas que gingam, são elas as mamas que abanam. O poeta sem as gajas não é nada. O poeta não cria, o poeta não escreve, o poeta não vibra sem as gajas. O poeta pensa no assunto e bebe. Bebe cada vez mais, fino após fino mas as gajas boas não aparecem. Só entram gajas feias e engravatados. O poeta aborrece-se e bebe. Bebe, bebe, bebe, até que rebenta.
- A culpa é vossa, gajas boas,
só aparecestes agora que o poeta está rebentado, feito em pedaços
olhai que perda para a Humanidade
olhai que se tivesses aparecido a tempo
o poeta teria escrito a obra imortal
de agora em diante ide, ide pelos campos
à procura dos poetas
ide dar-lhes de comer e de beber
a vida dos poetas está na vossa mão
e nas vossas mamas
e na vossa pássara
sede dignas dos poetas, ò gajas boas.
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5 comentários:
e que grande artista o mundo vai perder!
meu querido Nero...
Ass: Agripina novamente
CSD
Eu vi o poeta no Norteshopping.
O poeta atravessava a rua (pairava sobre a passadeira), eu sentado no carro (a minha mãe ao lado), um rio de pensamento logo pesando (bem em cima da cabeça):
ora ali está ali o APedroRibeiro;
não há aqui algo de poético, ou surreal, ou bizarro, ou apenas irrelevante?
terá feito compras de Natal, ele foi Zara, Gucci ou Armani?
digo 'olá Oh Esteves', apito ou engato trémulo a primeira?
E assim se passou (dulcíssimamente) o momento, e lá se ficou a poesia, e lá se foi a poesia, e mais o poeta também.
por acaso...é mesmo isso tudo, AF!
cumps.
CSD
deverias ter chamado o Esteves, ó AF.
A próxima, não escapa! E Boas Festas!
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