quando as meninas beijam
o amor vem
quando as meninas sorriem
o amor vem
quando as meninas são bonitas
o amor vem
quando as meninas se mexem
o amor vem
quando as meninas falam
o amor vem
quando as meninas se despem
o amor vem
quando as meninas enlouquecem
o amor vem
e quando o amor vem
o mundo recomeça.
segunda-feira, 30 de outubro de 2006
ADIAMENTOS
Companheiros, amigos e amigos,
Devido a razões alheias à nossa vontade, por motivos técnicos e organizativos, a entrevista a António Pedro Ribeiro na Antena 3 não se realizou no dia 24 e o concerto da Mana Calórica & Las Tequillas prevista para o dia 28 para o Mercado Negro em Aveiro também não teve lugar. O espectáculo da Mana vai realizar-se no próximo sábado, 4 de Novembro, pelas 22,00 horas, no Mercado Negro em Aveiro. A entrevista de Ribeiro na "Prova Oral" da Antena 3 terá lugar em breve. As nossas desculpas,
António Pedro Ribeiro.
apedroribeiro@hotmail.com
Devido a razões alheias à nossa vontade, por motivos técnicos e organizativos, a entrevista a António Pedro Ribeiro na Antena 3 não se realizou no dia 24 e o concerto da Mana Calórica & Las Tequillas prevista para o dia 28 para o Mercado Negro em Aveiro também não teve lugar. O espectáculo da Mana vai realizar-se no próximo sábado, 4 de Novembro, pelas 22,00 horas, no Mercado Negro em Aveiro. A entrevista de Ribeiro na "Prova Oral" da Antena 3 terá lugar em breve. As nossas desculpas,
António Pedro Ribeiro.
apedroribeiro@hotmail.com
segunda-feira, 23 de outubro de 2006
sexta-feira, 20 de outubro de 2006
rimbaud
A 20 de Outubro de 1854 nasce o poeta Arthur Rimbaud. "E o poeta embriagado insultava o universo".
RIBEIRO NA BARRACA E NA ANTENA 3
António Pedro Ribeiro, poeta, diseur e vocalista da banda MANA CALÓRICA & LAS TEQUILLAS vai estar no Bar A Barraca, em Lisboa, no dia 24, terça, a apresentar o seu livro "Declaração de Amor ao Primeiro-Ministro-Manifestos do Partido Surrealista Situacionista Libertário" (Objecto Cardíaco) e a performear outros poemas e letras suas, acompanhado do guitarrista Henrique Monteiro (Las Tequillas), a partir das 23,30 horas. "Paredes de Coura (Fodido dos Cornos)", "Ode a Jim Morrison", "A Ilíada no Velvet", "Mamas", "Borboletas", "Anjo Em Chamas", "Boazona", "Submissão", "Bailado" e "Che" são alguns exemplos. Às 19,00 horas do mesmo dia, Ribeiro vai participar em directo no programa "Prova Oral" da Antena 3 com Fernando Alvim. O cidadão em causa é dissidente do Bloco de Esquerda e presentemente considera-se anarco-nietzscheano-guevarista. Ver entrevista à "Rua de Baixo" em www.ruadobaixo.com.
Com os melhores cumprimentos,
António Pedro Ribeiro
Tel. 229270069
http://tripnaarcada.blogspot.com
Com os melhores cumprimentos,
António Pedro Ribeiro
Tel. 229270069
http://tripnaarcada.blogspot.com
quinta-feira, 19 de outubro de 2006
SOLIDARIEDADE COM OS OCUPANTES DO RIVOLI
Rui Rio não é mesmo humano, nega a àgua e a luz aos ocupantes do Rivoli. Rio ao Rio Douro!
MANIFESTO PELA VIDA, PELO RIVOLI
FRENTE GUEVARISTA LIBERTÁRIA/ PARTIDO SURREALISTA SITUACIONISTA LIBERTÁRIO
Rui Rio, à imagem e semelhança do seu irmão gémeo, José Sócrates, é um ser que é contra tudo quanto seja cultura, comunicação, vida. Rio e Sócrates alimentam-se de contas, défices, estatísticas, rentabilidades. Não suportam a liberdade e a vida a fluir. Rui Rio quer privatizar tudo, até o ar privatizava se pudesse. Rio nega a vida. O Teatro Rivoli não pode ser privatizado, não pode morrer. A OCUPAÇÃO deve continuar. Rio e Sócrates não são seres humanos. Por isso devem cair e vão cair.
PELA FGL/PSSL,
António Pedro Ribeiro
tel.229270069.
MANIFESTO PELA VIDA, PELO RIVOLI
FRENTE GUEVARISTA LIBERTÁRIA/ PARTIDO SURREALISTA SITUACIONISTA LIBERTÁRIO
Rui Rio, à imagem e semelhança do seu irmão gémeo, José Sócrates, é um ser que é contra tudo quanto seja cultura, comunicação, vida. Rio e Sócrates alimentam-se de contas, défices, estatísticas, rentabilidades. Não suportam a liberdade e a vida a fluir. Rui Rio quer privatizar tudo, até o ar privatizava se pudesse. Rio nega a vida. O Teatro Rivoli não pode ser privatizado, não pode morrer. A OCUPAÇÃO deve continuar. Rio e Sócrates não são seres humanos. Por isso devem cair e vão cair.
PELA FGL/PSSL,
António Pedro Ribeiro
tel.229270069.
quarta-feira, 18 de outubro de 2006
AMOR
Para a Goreti
Ouve, meu anjo,
há feitiços que nos perseguem
há filhos da puta
que nos cercam
há palhaços mascarados de demónios
há putas que se tornam virgens
há putas que amo
há Dionisos e Aquiles
que amam as mulheres que são mulheres
há Nietzsche Breton Rimbaud e Artaud
e há imbecis que batem palmas
e te amam
Existo também eu que te amo
e há fascistas que me agridem
provocadores que nos dão cabo dos cornos
há borboletas como tu
e eu não quero que se saiba mais
porque eu estou em Deus e tu és a minha rainha
porque eu sou Quixote e tu Dulcineia
eu estou no bar e tu no lago
e os filhos da puta que ardam no inferno
porque nós somos o poema
o drama
a tragédia
porque eu te amo mais que tudo na Terra e no Céu e no Inferno.
A. Pedro Ribeiro.
Ouve, meu anjo,
há feitiços que nos perseguem
há filhos da puta
que nos cercam
há palhaços mascarados de demónios
há putas que se tornam virgens
há putas que amo
há Dionisos e Aquiles
que amam as mulheres que são mulheres
há Nietzsche Breton Rimbaud e Artaud
e há imbecis que batem palmas
e te amam
Existo também eu que te amo
e há fascistas que me agridem
provocadores que nos dão cabo dos cornos
há borboletas como tu
e eu não quero que se saiba mais
porque eu estou em Deus e tu és a minha rainha
porque eu sou Quixote e tu Dulcineia
eu estou no bar e tu no lago
e os filhos da puta que ardam no inferno
porque nós somos o poema
o drama
a tragédia
porque eu te amo mais que tudo na Terra e no Céu e no Inferno.
A. Pedro Ribeiro.
AO RUI MANUEL AMARAL E COMPANHEIROS
THE JILLS
Finalmente, o verdadeiro e único Rock in Rio.
The Jills ao vivo no Porto-Rio*, dia 18 de Novembro, a partir das 23h00. Com os irlandeses The Skars, na segunda parte. Agradecemos toda a ajuda que nos puder dispensar na divulgação deste espectáculo. Em breve, divulgaremos um filme muito bonito de promoção do concerto. * O melhor clube de rock do Porto e Vila Real de Santo António.
Visite os espaços dos The Jills na net:
The Jills
My Space
Blog Não Oficial
Finalmente, o verdadeiro e único Rock in Rio.
The Jills ao vivo no Porto-Rio*, dia 18 de Novembro, a partir das 23h00. Com os irlandeses The Skars, na segunda parte. Agradecemos toda a ajuda que nos puder dispensar na divulgação deste espectáculo. Em breve, divulgaremos um filme muito bonito de promoção do concerto. * O melhor clube de rock do Porto e Vila Real de Santo António.
Visite os espaços dos The Jills na net:
The Jills
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Blog Não Oficial
segunda-feira, 16 de outubro de 2006
Alucinado
O MINISTRO ALUCINADO
António Pedro Ribeiro
O ministro da Economia, Manuel Pinho, anda com alucinações. Declarou publicamente que a crise chegou ao fim (apesar de depois, desajeitadamente, ter tentado emendar a mão...). Não parece ser essa a opinião dos 80 000 que marcharam em Lisboa contra as políticas do Governo. E, desta vez, não foi uma manifestação sectorial ou corporativa. Estiveram lá professores, trabalhadores da função pública, operários, desempregados, precários, reformados. Foi a maior manifestação laboral em Portugal desde os anos 80. As alucinações de Pinho e de Sócrates devem ter a ver com a tremideira, com o medo do que aí vem. Apesar de continuar a haver um país que continua anestesiado com os mexericos da moda e da bola, com as vedetas fabricadas, com a guerra das audiências, com o tédio, com as tretas do nacional-porreirismo e do fatalismo, há outro país que reage. Que não aceita que haja alguns a mergulhar nos milhões e nas OPAS enquanto outros andam às côdeas e aos seis cêntimos (!) de subsídio de refeição, que começa a não aceitar as aves de rapina, os verdadeiros burlões e mafiosos que se escondem por detrás das fortunas colossais dos bancos e das empresas, enquanto que outros andam aos trocos sem emprego, sem subsídio, sem abrigo, com rendimentos mínimos, com trabalhos sem direitos, sem dignidade. Que não aceitam mais taxas moderadoras, pensões de miséria, salários reais a descer, fábricas a fechar, enquanto outros se passeiam principescamente em Ferraris, em Porshes, com palácios e vários apartamentos de luxo.
Não é justo, não é possível que o homem seja mais o lobo do homem. Este é um Governo de tecnocratas que serve os interesses do capital. Ponto final.
É preciso desmistificar as patranhas do sistema. É preciso dizer que existe uma máquina que vem da união dos "media" com os grandes grupos económicos nacionais e internacionais que nos castra o desejo, a liberdade, o amor, a dignidade. É preciso dizer que a máquina pode cair na rua. E o poder pode voltar à rua, tal como tem acontecido em França.
António Pedro Ribeiro
O ministro da Economia, Manuel Pinho, anda com alucinações. Declarou publicamente que a crise chegou ao fim (apesar de depois, desajeitadamente, ter tentado emendar a mão...). Não parece ser essa a opinião dos 80 000 que marcharam em Lisboa contra as políticas do Governo. E, desta vez, não foi uma manifestação sectorial ou corporativa. Estiveram lá professores, trabalhadores da função pública, operários, desempregados, precários, reformados. Foi a maior manifestação laboral em Portugal desde os anos 80. As alucinações de Pinho e de Sócrates devem ter a ver com a tremideira, com o medo do que aí vem. Apesar de continuar a haver um país que continua anestesiado com os mexericos da moda e da bola, com as vedetas fabricadas, com a guerra das audiências, com o tédio, com as tretas do nacional-porreirismo e do fatalismo, há outro país que reage. Que não aceita que haja alguns a mergulhar nos milhões e nas OPAS enquanto outros andam às côdeas e aos seis cêntimos (!) de subsídio de refeição, que começa a não aceitar as aves de rapina, os verdadeiros burlões e mafiosos que se escondem por detrás das fortunas colossais dos bancos e das empresas, enquanto que outros andam aos trocos sem emprego, sem subsídio, sem abrigo, com rendimentos mínimos, com trabalhos sem direitos, sem dignidade. Que não aceitam mais taxas moderadoras, pensões de miséria, salários reais a descer, fábricas a fechar, enquanto outros se passeiam principescamente em Ferraris, em Porshes, com palácios e vários apartamentos de luxo.
Não é justo, não é possível que o homem seja mais o lobo do homem. Este é um Governo de tecnocratas que serve os interesses do capital. Ponto final.
É preciso desmistificar as patranhas do sistema. É preciso dizer que existe uma máquina que vem da união dos "media" com os grandes grupos económicos nacionais e internacionais que nos castra o desejo, a liberdade, o amor, a dignidade. É preciso dizer que a máquina pode cair na rua. E o poder pode voltar à rua, tal como tem acontecido em França.
domingo, 15 de outubro de 2006
UHF
Ao António,
Coliseu do Porto. 5 de Outubro. UHF a abrir, a arder nos meus olhos. "Nos olhos das miúdas". "Jorge Morreu", "Cavalos de Corrida", "Rua do Carmo", "Rapaz Caleidoscópio", "Devo Eu", "Modelo Fotográfico", "Sonhos na Estrada de Sintra", "A Lágrima Caiu" e as novas- "Matas-me Com o Teu Olhar", "No Fio dos Anos". António Manuel Ribeiro na celebração, no ritual, no tribunal, no isqueiro. A melhor banda rock portuguesa no seu esplendor. O rock a arder, sempre o rock, animal. De palco, no palco, "no caudal que se vai". Liberdade, cumplicidade, fraternidade. Palavras que ficaram por dizer no rio, na ressaca, nos camarins.
Até sempre,
Pedro.
Coliseu do Porto. 5 de Outubro. UHF a abrir, a arder nos meus olhos. "Nos olhos das miúdas". "Jorge Morreu", "Cavalos de Corrida", "Rua do Carmo", "Rapaz Caleidoscópio", "Devo Eu", "Modelo Fotográfico", "Sonhos na Estrada de Sintra", "A Lágrima Caiu" e as novas- "Matas-me Com o Teu Olhar", "No Fio dos Anos". António Manuel Ribeiro na celebração, no ritual, no tribunal, no isqueiro. A melhor banda rock portuguesa no seu esplendor. O rock a arder, sempre o rock, animal. De palco, no palco, "no caudal que se vai". Liberdade, cumplicidade, fraternidade. Palavras que ficaram por dizer no rio, na ressaca, nos camarins.
Até sempre,
Pedro.
sexta-feira, 13 de outubro de 2006
ANTÓNIO PEDRO RIBEIRO NA RUA DE BAIXO
ENTREVISTA A A. PEDRO RIBEIRO NA RUA DE BAIXO
Por Pedro Soares
Continuação em http://www.ruadebaixo.com
Por vezes, ao observarmos uma fotografia antiga de Oscar Wilde, de Ernest Hemingway ou um qualquer outro mestre da literatura, somos invadidos por uma vaga de nostalgia; a da figura romântica do escritor, despreocupado pelos pormenores secundários de uma vida passada nas boémias tertúlias de café, por entre o tabaco, o ópio e o álcool, em viagem recreativa por entre as paisagens paradisíacas de países estrangeiros ou em comunhão telúrica com a terra em qualquer esconderijo pessoal no meio da Natureza.
Quem nunca teve um secreto ensejo de ser um Fernando Pessoa a escrever na esplanada d’A Brasileira, um Sebastião da Gama a colocar por palavras a beleza da Serra da Arrábida ou um Almeida Garrett a inspirar-se nas paisagens verdejantes do Douro, que atire a primeira pedra.
Claro que estou a exagerar, esta é apenas uma visão romântica do escritor. No entanto, é uma imagem que já não colamos aos autores contemporâneos. A culpa é da sociedade moderna e de conceitos como o capitalismo ou a globalização. Actualmente, existem demasiadas coisas com que nos preocuparmos, demasiada informação para assimilarmos e bastante pouco tempo livre para desfrutarmos.
O poeta portuense António Pedro Ribeiro parece não querer acreditar nisso e poderá vir a ser o último poeta romântico português. Isto apesar de “Declaração de Amor ao Primeiro-Ministro e Outras Pérolas – Manifestos do Partido Surrealista Situacionista Libertário”, o livro que acaba de editar pela Objecto Cardíaco, ser uma obra política, irónica, satírica e algo surrealista, directa e quase panfletária.
“Declaração de Amor ao Primeiro-Ministro…” é ainda uma obra influenciada pelos situacionistas, que não se furta a utilizar a técnica da colagem, ao utitilizar machetes ou excertos de notícias da comunicação social escrita misturadas com palavras suas.
A Rua de Baixo decidiu dar a conhecer um pouco mais sobre o poeta (e músico) António Pedro Ribeiro, que fez furor na recente edição do festival Paredes de Coura com as suas declamações. Foi sobre isto, sobre o seu inusitado amor pelo primeiro-ministro, sobre os The Doors e sobre muitas outras coisas que conversámos. Para conferir nas linhas seguintes.
Confessou-se apaixonado pelo primeiro-ministro. Pelo actual em particular?
A "Declaração de Amor…" não se aplica só a um primeiro-ministro, aplica-se a todos os poderes que estão podres, como dizem os surrealistas, os situacionistas, os anarquistas e outros esquerdistas. É claro que José Sócrates merece uma menção especial pela sua postura mecânica, robótica, arrogante e intolerante. Julga-se um super-homem, um homem-providência, cheio de rigor e competência como Salazar, mas é uma grande treta. Aliás, tal como a maior parte dos dirigentes dos partidos portugueses. Além disso, faz o jogo do imperialismo e do capitalismo mundial. Nada faz para combater a pobreza ou o desemprego. Os únicos primeiros-ministros portugueses que estimo são Afonso Costa, Vasco Gonçalves e Maria de Lourdes Pintassilgo.
Depois de algumas edições de autor, “Declaração De Amor Ao Primeiro-Ministro…” é o seu primeiro livro publicado por uma editora. Como surgiu o encontro com a Objecto Cardíaco?
A “Declaração de Amor" não é o primeiro livro publicado por uma editora. Em 2001 publiquei "À Mesa do Homem Só. Estórias" através da Silêncio da Gaveta, uma pequena editora sedeada em Vila do Conde e na Póvoa de Varzim, dirigida pelo João Rios e pelo José Peixoto. Ainda assim, em Maio desse ano, surgiu uma boa crítica na revista do "Diário de Notícias" [DNA] que já falava numa certa "descida aos infernos do álcool", só que como nem eu nem a editora éramos conhecidos, a coisa caiu no esquecimento. Eu e o Valter Hugo Mãe, da Objecto Cardíaco, já nos conhecíamos das andanças dos bares e da poesia. Contudo, no ano passado o Valter ouviu-me recitar no café Pátio, em Vila do Conde, o "Poema do Défice" e o texto "Declaração de Amor ao Primeiro-Ministro". Perguntou-me se eu tinha mais coisas do género e eu disse que tinha quatro ou cinco coisas antigas e inéditas. Depois, de Julho a Setembro, escrevi o resto, até porque encontrei na casa da minha avó em Braga uma antologia do surrealismo francês e a "Arte de Viver para a Geração Nova" do situacionista Vaneigem. Foi mais uma volta à cabeça. O livro, no fundo, é um manifesto surrealista situacionista libertário em linguagem poética.
É o A. Pedro Ribeiro um autor exclusivamente político, de intervenção, ou o seu próximo livro poderá muito bem ser sobre outra coisa qualquer?
Não me considero um autor exclusivamente político. Até porque, na senda de Breton, a política não existe separada da vida. O amor, o sexo, a liberdade e a revolução são todas uma coisa só que as máquinas castradoras do sistema sempre tentaram dividir. Mas, ao fim e ao cabo, felizmente nunca o conseguiram no que respeita a alguns homens e mulheres. Nietzsche fala no espírito livre e em Dionisos e eu acredito.
Eu tenho um livro para sair há um ano chamado "Saloon", através das Edições Mortas. O problema é que o editor - António Oliveira, mentor da livraria "Pulga" no Porto - anda teso e eu também. Esse livro é diferente. Tem a ver com a atmosfera dos bares, com as mulheres que estão do lado de cá e de lá, com o sexo que espreita mas raramente vem, com o engate, com as mulheres que amamos e com as outras que passam, com a noite e com os copos até cair, com o pistoleiro que entra no saloon a gingar e que assusta toda a gente, ou então é ostracizado. O meu próximo livro talvez se chame "Um Poeta a Mijar" e terá talvez duas partes ou dois livros: uma das partes vai ser estilo Dada e humorística com textos já conhecidos mas nunca editados em livro, como "Borboletas", "Futebol Dada" ou "Mamas2". A segunda parte ou livro poderá conter as tais iluminações, delírios ou alucinações - a fronteira é ténue -, estilo "Eu vi a morte nos olhos de Deus", os tais textos que não sabemos de onde vêm. Contudo, não deixarei nunca de tomar posições políticas, talvez até funde uma coisa nova, mas não um partido, não suporto mais ver a coisa dividida entre dirigentes e dirigidos.
Não teme que não o levem a sério? Eu já fiz muitos disparates. Mas se não tivesse feito alguns deles teria apodrecido de tédio ou de depressão. Mesmo quando estou a brincar ou com os copos, penso que as pessoas inteligentes entendem que já escolhi o meu lado da barricada. Há quem me ame e quem me odeie. Isso é natural quando dizemos ou cantamos determinados textos ou tomamos determinadas posições. É claro que custa não reagir às provocações quando insultam aqueles que amamos.
Sente-se um “poeta maldito”, como o eram Rimbaud, Baudelaire ou Sade?
Não me coloco ao nível de Rimbaud, Baudelaire ou Sade. No entanto, tenho a certeza que sou deles, que venho dessa linha de malditos onde incluo também Blake, Lautreamont, Jim Morrison, Nietzsche, Henry Miller, Bob Dylan, Allen Gingsberg, Péret e tantos outros. Não nasci para os empregos das 9 às 5 - dou-me mal neles, a rotina mata-me. Léo Ferré disse que o artista aprende a profissão no inferno. Eu vou lá muitas vezes e gosto, porque o céu, muitas vezes, é uma seca, com todos aos beijinhos, aos abracinhos, aos boatos, aos mexericos, às panelinhas e eu detesto. Serei um poeta maldito, mas isso não significa que não ame a Humanidade, as mulheres bonitas, o sol, as crianças. Esta merda que nos querem impingir é que eu não aceito. De qualquer modo, não sou, não quero ser, o versejador da corte.
Por Pedro Soares
Continuação em http://www.ruadebaixo.com
Por vezes, ao observarmos uma fotografia antiga de Oscar Wilde, de Ernest Hemingway ou um qualquer outro mestre da literatura, somos invadidos por uma vaga de nostalgia; a da figura romântica do escritor, despreocupado pelos pormenores secundários de uma vida passada nas boémias tertúlias de café, por entre o tabaco, o ópio e o álcool, em viagem recreativa por entre as paisagens paradisíacas de países estrangeiros ou em comunhão telúrica com a terra em qualquer esconderijo pessoal no meio da Natureza.
Quem nunca teve um secreto ensejo de ser um Fernando Pessoa a escrever na esplanada d’A Brasileira, um Sebastião da Gama a colocar por palavras a beleza da Serra da Arrábida ou um Almeida Garrett a inspirar-se nas paisagens verdejantes do Douro, que atire a primeira pedra.
Claro que estou a exagerar, esta é apenas uma visão romântica do escritor. No entanto, é uma imagem que já não colamos aos autores contemporâneos. A culpa é da sociedade moderna e de conceitos como o capitalismo ou a globalização. Actualmente, existem demasiadas coisas com que nos preocuparmos, demasiada informação para assimilarmos e bastante pouco tempo livre para desfrutarmos.
O poeta portuense António Pedro Ribeiro parece não querer acreditar nisso e poderá vir a ser o último poeta romântico português. Isto apesar de “Declaração de Amor ao Primeiro-Ministro e Outras Pérolas – Manifestos do Partido Surrealista Situacionista Libertário”, o livro que acaba de editar pela Objecto Cardíaco, ser uma obra política, irónica, satírica e algo surrealista, directa e quase panfletária.
“Declaração de Amor ao Primeiro-Ministro…” é ainda uma obra influenciada pelos situacionistas, que não se furta a utilizar a técnica da colagem, ao utitilizar machetes ou excertos de notícias da comunicação social escrita misturadas com palavras suas.
A Rua de Baixo decidiu dar a conhecer um pouco mais sobre o poeta (e músico) António Pedro Ribeiro, que fez furor na recente edição do festival Paredes de Coura com as suas declamações. Foi sobre isto, sobre o seu inusitado amor pelo primeiro-ministro, sobre os The Doors e sobre muitas outras coisas que conversámos. Para conferir nas linhas seguintes.
Confessou-se apaixonado pelo primeiro-ministro. Pelo actual em particular?
A "Declaração de Amor…" não se aplica só a um primeiro-ministro, aplica-se a todos os poderes que estão podres, como dizem os surrealistas, os situacionistas, os anarquistas e outros esquerdistas. É claro que José Sócrates merece uma menção especial pela sua postura mecânica, robótica, arrogante e intolerante. Julga-se um super-homem, um homem-providência, cheio de rigor e competência como Salazar, mas é uma grande treta. Aliás, tal como a maior parte dos dirigentes dos partidos portugueses. Além disso, faz o jogo do imperialismo e do capitalismo mundial. Nada faz para combater a pobreza ou o desemprego. Os únicos primeiros-ministros portugueses que estimo são Afonso Costa, Vasco Gonçalves e Maria de Lourdes Pintassilgo.
Depois de algumas edições de autor, “Declaração De Amor Ao Primeiro-Ministro…” é o seu primeiro livro publicado por uma editora. Como surgiu o encontro com a Objecto Cardíaco?
A “Declaração de Amor" não é o primeiro livro publicado por uma editora. Em 2001 publiquei "À Mesa do Homem Só. Estórias" através da Silêncio da Gaveta, uma pequena editora sedeada em Vila do Conde e na Póvoa de Varzim, dirigida pelo João Rios e pelo José Peixoto. Ainda assim, em Maio desse ano, surgiu uma boa crítica na revista do "Diário de Notícias" [DNA] que já falava numa certa "descida aos infernos do álcool", só que como nem eu nem a editora éramos conhecidos, a coisa caiu no esquecimento. Eu e o Valter Hugo Mãe, da Objecto Cardíaco, já nos conhecíamos das andanças dos bares e da poesia. Contudo, no ano passado o Valter ouviu-me recitar no café Pátio, em Vila do Conde, o "Poema do Défice" e o texto "Declaração de Amor ao Primeiro-Ministro". Perguntou-me se eu tinha mais coisas do género e eu disse que tinha quatro ou cinco coisas antigas e inéditas. Depois, de Julho a Setembro, escrevi o resto, até porque encontrei na casa da minha avó em Braga uma antologia do surrealismo francês e a "Arte de Viver para a Geração Nova" do situacionista Vaneigem. Foi mais uma volta à cabeça. O livro, no fundo, é um manifesto surrealista situacionista libertário em linguagem poética.
É o A. Pedro Ribeiro um autor exclusivamente político, de intervenção, ou o seu próximo livro poderá muito bem ser sobre outra coisa qualquer?
Não me considero um autor exclusivamente político. Até porque, na senda de Breton, a política não existe separada da vida. O amor, o sexo, a liberdade e a revolução são todas uma coisa só que as máquinas castradoras do sistema sempre tentaram dividir. Mas, ao fim e ao cabo, felizmente nunca o conseguiram no que respeita a alguns homens e mulheres. Nietzsche fala no espírito livre e em Dionisos e eu acredito.
Eu tenho um livro para sair há um ano chamado "Saloon", através das Edições Mortas. O problema é que o editor - António Oliveira, mentor da livraria "Pulga" no Porto - anda teso e eu também. Esse livro é diferente. Tem a ver com a atmosfera dos bares, com as mulheres que estão do lado de cá e de lá, com o sexo que espreita mas raramente vem, com o engate, com as mulheres que amamos e com as outras que passam, com a noite e com os copos até cair, com o pistoleiro que entra no saloon a gingar e que assusta toda a gente, ou então é ostracizado. O meu próximo livro talvez se chame "Um Poeta a Mijar" e terá talvez duas partes ou dois livros: uma das partes vai ser estilo Dada e humorística com textos já conhecidos mas nunca editados em livro, como "Borboletas", "Futebol Dada" ou "Mamas2". A segunda parte ou livro poderá conter as tais iluminações, delírios ou alucinações - a fronteira é ténue -, estilo "Eu vi a morte nos olhos de Deus", os tais textos que não sabemos de onde vêm. Contudo, não deixarei nunca de tomar posições políticas, talvez até funde uma coisa nova, mas não um partido, não suporto mais ver a coisa dividida entre dirigentes e dirigidos.
Não teme que não o levem a sério? Eu já fiz muitos disparates. Mas se não tivesse feito alguns deles teria apodrecido de tédio ou de depressão. Mesmo quando estou a brincar ou com os copos, penso que as pessoas inteligentes entendem que já escolhi o meu lado da barricada. Há quem me ame e quem me odeie. Isso é natural quando dizemos ou cantamos determinados textos ou tomamos determinadas posições. É claro que custa não reagir às provocações quando insultam aqueles que amamos.
Sente-se um “poeta maldito”, como o eram Rimbaud, Baudelaire ou Sade?
Não me coloco ao nível de Rimbaud, Baudelaire ou Sade. No entanto, tenho a certeza que sou deles, que venho dessa linha de malditos onde incluo também Blake, Lautreamont, Jim Morrison, Nietzsche, Henry Miller, Bob Dylan, Allen Gingsberg, Péret e tantos outros. Não nasci para os empregos das 9 às 5 - dou-me mal neles, a rotina mata-me. Léo Ferré disse que o artista aprende a profissão no inferno. Eu vou lá muitas vezes e gosto, porque o céu, muitas vezes, é uma seca, com todos aos beijinhos, aos abracinhos, aos boatos, aos mexericos, às panelinhas e eu detesto. Serei um poeta maldito, mas isso não significa que não ame a Humanidade, as mulheres bonitas, o sol, as crianças. Esta merda que nos querem impingir é que eu não aceito. De qualquer modo, não sou, não quero ser, o versejador da corte.
terça-feira, 10 de outubro de 2006
domingo, 8 de outubro de 2006
Ó Almeida
O SENHOR DE VILA DO CONDE
Mário Almeida, presidente da Câmara de Vila do Conde, faz lembrar os dirigentes políticos latino-americanos que se perpetuam no poder à custa da corrupção, do compadrio, dos amiguismos. Mário Almeida, juntamente com o ex-vereador Abel Maia, é acusado pelo Ministério Público de "pagamentos ilegais" a dois assessores aposentados da função pública- um ex-vereador e um ex-chefe de divisão- e também da acumulação abusiva de vencimentos, ou seja, Almeida, ao acumular os cargos de autarca com o de administrador da Metro do Porto não reduziu, como era de lei, o seu salário autárquico em 50%.
Segundo as conclusões da auditoria do Tribunal de Contas (TC) a partir do exercício de 2002 da Câmara de Vila do Conde, Mário Almeida e Abel Maia estão obrigados a repor cerca de 110 000 euros, mais de 20 000 contos! O TC detectou ainda cinco irregularidades, constantes do relatório da Auditoria no exercício do mesmo ano da autarquia vilacondense. Abel Maia é ainda considerado responsável por "pagamentos ilegais" de IVA a 17 e 19% em obras municipais pelo que deveria devolver, do seu bolso, mais 4600 euros. O Ministério Público acusa também a Câmara de ter recebido indevidamente 61 000 euros de descontos para a ADSE pertencentes ao Estado.
Eis a verdadeira face do Senhor de Vila do Conde! Eis a ética dos grandes servidores da causa pública! Eis o poder em todo o seu esplendor bolorento e hipócrita, à boa maneira dos caciques locais. Mário Almeida deve demitir-se. O fim do reinado está próximo.
António Pedro Ribeiro
Militante do Bloco de Esquerda
Membro do Comité Central da Frente Guevarista Libertária/ Partido Surrealista Situacionista Libertário
Célula de Vila do Conde
Tel. 229270069
http://tripnaarcada.blogspot.com
Mário Almeida, presidente da Câmara de Vila do Conde, faz lembrar os dirigentes políticos latino-americanos que se perpetuam no poder à custa da corrupção, do compadrio, dos amiguismos. Mário Almeida, juntamente com o ex-vereador Abel Maia, é acusado pelo Ministério Público de "pagamentos ilegais" a dois assessores aposentados da função pública- um ex-vereador e um ex-chefe de divisão- e também da acumulação abusiva de vencimentos, ou seja, Almeida, ao acumular os cargos de autarca com o de administrador da Metro do Porto não reduziu, como era de lei, o seu salário autárquico em 50%.
Segundo as conclusões da auditoria do Tribunal de Contas (TC) a partir do exercício de 2002 da Câmara de Vila do Conde, Mário Almeida e Abel Maia estão obrigados a repor cerca de 110 000 euros, mais de 20 000 contos! O TC detectou ainda cinco irregularidades, constantes do relatório da Auditoria no exercício do mesmo ano da autarquia vilacondense. Abel Maia é ainda considerado responsável por "pagamentos ilegais" de IVA a 17 e 19% em obras municipais pelo que deveria devolver, do seu bolso, mais 4600 euros. O Ministério Público acusa também a Câmara de ter recebido indevidamente 61 000 euros de descontos para a ADSE pertencentes ao Estado.
Eis a verdadeira face do Senhor de Vila do Conde! Eis a ética dos grandes servidores da causa pública! Eis o poder em todo o seu esplendor bolorento e hipócrita, à boa maneira dos caciques locais. Mário Almeida deve demitir-se. O fim do reinado está próximo.
António Pedro Ribeiro
Militante do Bloco de Esquerda
Membro do Comité Central da Frente Guevarista Libertária/ Partido Surrealista Situacionista Libertário
Célula de Vila do Conde
Tel. 229270069
http://tripnaarcada.blogspot.com
sábado, 7 de outubro de 2006
ao amigo antonio dias no povoaonline
Caro amigo António Dias,
não devemos confundir poemas com artigos de opinião. O artigo de opinião é algo de racional, ou se concorda ou não se concorda. Um poema não tem de ser uma verdade universal, tem um valor estético, mesmo que seja militante. Eu, neste momento, apoio as posições de Hugo Chavez, mas não sou, como ele é, um socialista estatista. Sou guevarista, porque rejeito todos os poderes mas admito que numa situação revolucionária é necessária uma certa dispiclina. Na situação actual sou um livre pensador, nietzscheano, liberário, libertino, e tenho todo o direito de rejeitar a nível pessoal os ditames do capitalismo. Respeito quem tem de cumprir horários, mas eu, até pelas actividades que desenvolvo- sou poeta e vocalista duma banda punk-rock-poética- não tenho horários fixos, nem quero ter. É evidente que há dias e noites em que dou o sangue e o litro!
Um abraço,
António Pedro Ribeiro
Partido Surrealista Situacionista Libertário
ver mais em http://povoaonline.blogspot.com
não devemos confundir poemas com artigos de opinião. O artigo de opinião é algo de racional, ou se concorda ou não se concorda. Um poema não tem de ser uma verdade universal, tem um valor estético, mesmo que seja militante. Eu, neste momento, apoio as posições de Hugo Chavez, mas não sou, como ele é, um socialista estatista. Sou guevarista, porque rejeito todos os poderes mas admito que numa situação revolucionária é necessária uma certa dispiclina. Na situação actual sou um livre pensador, nietzscheano, liberário, libertino, e tenho todo o direito de rejeitar a nível pessoal os ditames do capitalismo. Respeito quem tem de cumprir horários, mas eu, até pelas actividades que desenvolvo- sou poeta e vocalista duma banda punk-rock-poética- não tenho horários fixos, nem quero ter. É evidente que há dias e noites em que dou o sangue e o litro!
Um abraço,
António Pedro Ribeiro
Partido Surrealista Situacionista Libertário
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