sábado, 28 de maio de 2011

MANIFESTO DO ROSSIO


1º Manifesto do Rossio

Os manifestantes, reunidos na Praça do Rossio, conscientes de que esta é uma acção em marcha e de resistência, acordaram declarar o seguinte:

Nós, cidadãos e cidadãs, mulheres e homens, trabalhadores, trabalhadoras, migrantes, estudantes, pessoas desempregadas, reformadas, unidas pela indignação perante a situação política e social sufocante que nos recusamos a aceitar como inevitável, ocupámos as nossas rua...s. Juntamo-nos assim àqueles que pelo mundo fora lutam hoje pelos seus direitos frente à opressão constante do sistema económico-financeiro vigente.

De Reiquiavique ao Cairo, de Wisconsin a Madrid, uma onda popular varre o mundo. Sobre ela, o silêncio e a desinformação da comunicação social, que não questiona as injustiças permanentes em todos os países, mas apenas proclama serem inevitáveis a austeridade, o fim dos direitos, o funeral da democracia.

A democracia real não existirá enquanto o mundo for gerido por uma ditadura financeira. O resgate assinado nas nossas costas com o FMI e UE sequestrou a democracia e as nossas vidas. Nos países em que intervém por todo o mundo, o FMI leva a quedas brutais da esperança média de vida. O FMI mata! Só podemos rejeitá-lo. Rejeitamos que nos cortem salários, pensões e apoios, enquanto os culpados desta crise são poupados e recapitalizados. Porque é que temos de escolher viver entre desemprego e precariedade? Porque é que nos querem tirar os serviços públicos, roubando-nos, através de privatizações, aquilo que pagámos a vida toda? Respondemos que não. Defendemos a retirada do plano da troika. A exemplo de outros países pelo mundo fora, como a Islândia, não aceitaremos hipotecar o presente e o futuro por uma dívida que não é nossa.

Recusamos aceitar o roubo de horizontes para o nosso futuro. Pretendemos assumir o controlo das nossas vidas e intervir efectivamente em todos os processos da vida política, social e económica. Estamos a fazê-lo, hoje, nas assembleias populares reunidas. Apelamos a todas as pessoas que se juntem, nas ruas, nas praças, em cada esquina, sob a sombra de cada estátua, para que, unidas e unidos, possamos mudar de vez as regras viciadas deste jogo.

Isto é só o início. As ruas são nossas.

FASCISTAS


Governo regional de Madrid e comerciantes contestam a ocupação da praça
Governo espanhol está a estudar a hipótese de evacuar a Porta do Sol
27.05.2011 - 16:26 Por PÚBLICO

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« anteriorseguinte »O Governo espanhol está a estudar a possibilidade de evacuar a praça da Porta do Sol em Madrid, ocupada há 11 dias pelos “indignados”. Os comerciantes e o governo local estão a pressionar o Governo para que ponha fim aos protestos.
O acampamento na Porta do Sol já se prolonga há 11 dias (Susana Vera/Reuters)

O acampamento na Porta do Sol de Madrid está nesta sexta-feira de olhos postos em Barcelona, onde a Praça Catalunha foi evacuada pela polícia numa acção que causou mais de uma centena de feridos. O ministro do Interior espanhol, Alfredo Pérez Rubalcaba, já disse que está a ser avaliada a possibilidade de evacuar a praça de Madrid.

“Vou analisar a situação com a polícia e depois tomaremos uma decisão”, disse Rubalcaba em conferência de imprensa. No Ministério do Interior foram recebidas várias queixas apresentadas pelo governo local e pelos comerciantes que dizem estar “reféns de acções ilegais”.

Na Porta do Sol estão ainda acampadas centenas de pessoas, sobretudo jovens mobilizados através das redes sociais que contestam o aumento do desemprego, a “corrupção” entre os responsáveis políticos ou a lei eleitoral que favorece os grandes partidos.

A Confederação do Comércio de Madrid e a associação que representa os comerciantes da Porta do Sol apresentaram esta manhã um manifesto em que denunciam a “ocupação da via pública” e a “desastrosa imagem” que é dada de Madrid. E referem sobretudo uma quebra nas vendas que rondará os 70 por cento. Na Porta do Sol trabalham cerca de 25 mil pessoas e os comerciantes alegam que estão impedidos de contratar mais trabalhadores e de abrir as esplanadas neste início de época alta.

Aos empresários juntou-se o governo regional, reforçado pela vitória do Partido Popular nas últimas eleições. O secretário-geral do PP em Madrid, Francisco Granados, adiantou ao “El País” que já pediu ao Ministério do Interior que dê início ao despejo porque “está a ser posto em causa o Estado de direito e a liberdade de livre circulação de pessoas”, para além de estarem a ser prejudicados os comerciantes “que criam empregos e estão desamparados pela inacção do Governo”. E adiantou: “Uma cidade não pode ficar sequestrada por pessoas que não sabem sequer o que reivindicam e não respeitam o Estado de direito.”

No domingo passado, dia de eleições, os “indignados” decidiram não levantar o acampamento e permanecer mais uma semana, e no próximo domingo deverão decidir se ficarão mais tempo na Porta do Sol.

RIBEIRO NA REVOLUÇÃO


António Pedro Ribeiro apresenta a performance "A Revolução Está a Caminho- We Want the World and We Want it Now!" no bar Amigos SA, o antigo Púcaros (à Alfândega) na próxima quinta-feira, dia 5, pelas 23:00 h. Ribeiro diz poemas de Jim Morrison, Ian Curtis, Bob Dylan, Allen Ginsberg, entre outros.

A sessão está aberta, como sempre, à participação poética de todos os presentes.

domingo, 22 de maio de 2011

A ARENA E A GRANDE DAMA

DE VOLTA À ARENA E À GRANDE DAMA

António Pedro Ribeiro

Agora começo a sentir realmente os efeitos de ser um profissional da escrita. O escrever a quente no grupo "Geração à Rasca Braga" a propósito do pretenso violador Strauss-Kahn, "o violador do FMI" ou o "FMI violador", valeu-me o insulto de ter a "mente retorcida", dito por um pretenso activista esquerdista. Reagi um pouco a quente e perguntei ao homem se ele sabia com quem estava a lidar. O gajo entendeu que eu o estava a ameaçar e eu tive de contar a minha história com a Judiciária e a mais recente no Tribunal da Póvoa de Varzim com o Macedo Vieira, a propósito do blog Povoaonline. Chamei-lhe "rapazinho" e "lacaio do FMI" e o gajo acusou-me de ser a favor do derramamento de sangue e da revolução armada. Enfim, estou de volta à arena, à luta e à defesa da Grande Dama.

http://tripnaarcada.blogspot.com
http://xamachama.blogspot.com

sábado, 21 de maio de 2011

ASSEMBLEIA POPULAR NO ROSSIO E NO PORTO

Ontem, sexta-feira, 20 de Maio, a “Assembleia Popular” no Rossio, a exemplo do que se passa em Espanha, contou com algumas centenas de pessoas, cerca de 100 dormiram na praça.


Foi aprovado um manifesto que deixamos aqui…


“Hoje não estamos aqui para reclamar simplesmente o acesso a subsídios ou para protestar contra as insuficiências do mercado de trabalho. ESTE É UM ACONTECIMENTO. E, como tal, um evento capaz de abrir novos sentidos às nossas acções e discursos. Isto nasce da RAIVA. Mas a nossa RAIVA é imaginação, força, poder cidadão.”

Esta Raiva deve, a nosso ver, ter como objectivo uma sociedade onde a verdadeira democracia seja implementada, um sistema onde exploração do homem pelo o homem seja banida.

EsCola da Fontinha na Assembleia Municipal


e se a moda pega?
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A EsColA foi à assembleia municipal do Porto


Rui Rio não ficou para ouvir os representantes da EsColA. Rui Rio, presidente da câmara municipal do Porto, não ouve o povo, não ouve os portuenses. Assim que termina a ordem de trabalhos das assembleias municipais, levanta-se e leva consigo parte do executivo. Não é novidade e na noite de 16 de Maio não foi diferente. Será desprezo?

Rui Rio não ouviu os moradores da Fontinha. Não ouviu Carlos Correia pedir "uma segunda oportunidade para os jovens” da EsCol.A. Não ouviu José Lino dizer que a EsColA trouxe felicidade à Fontinha. Não o ouviu dizer "somos como irmãos, a população está radiante”. E não ouviu a lição sobre respeito pela diferença com que terminou uma intervenção emocionante: “uns usam rastas, outros bebem coca-cola, outros sumo de pêra, eu bebo cerveja…"

Rui Rio também não ouviu os representantes da EsColA, não ouviu os argumentos que orientaram a ocupação, não ouviu a determinação em desenvolverem o projecto no bairro da Fontinha, nem ouviu a disponibilidade para dialogarem com a câmara municipal.

Foi em resposta aos deputados da oposição que Rui Rio disse o que vem nos jornais: "Não conheço o projecto que lá estava dentro mas não me custa aceitá-lo se tiver boas referências”. Mas é exagero o que veio recentemente nos jornais sobre um alegado projecto da autarquia para a antiga escola primária do Alto da Fontinha: “Estivemos a pensar projectos possíveis, os jornais falaram antes do tempo”. E sobre o excesso de força policial que rodeou a acção de despejo, nem um comentário. Nem tão pouco justificou a vandalização do património recuperado por quem há um mês cuidava da escola. Só uma afirmação peremptória: “É impossível aceitar ocupação alguma! E se a moda pega?”

Se a moda pegasse, o Porto seria uma cidade diferente. Seria uma cidade mais justa, mais genuína. Com vida a alegrar o que hoje não são mais do que cemitérios imobiliários. Com casas recuperadas e centros sociais para convívio e troca de saberes. A custo zero para a autarquia.

Para conhecimento do senhor presidente da câmara do Porto e de mais portuenses, aqui fica a exposição dos representantes da EsColA na assembleia municipal:

Tendo em conta que a Constituição Portuguesa consagra, através do Artigo 52º., a legitimidade da acção popular para assegurar a defesa dos bens do Estado;

Tendo em conta que no seu Artigo 85º., a Constituição Portuguesa preconiza que o Estado deve apoiar as experiências autogestionárias;

Tendo em conta que o direito de acção popular, nos casos e termos previstos na lei, é conferido a todos, pessoalmente ou através de associações de defesa dos interesses em causa, e nomeadamente para assegurar a defesa dos bens do Estado;

Tendo em conta que, na letra e no espírito da lei, o Estado deve apoiar as experiências viáveis de autogestão;

Tendo em conta que, a despeito daquilo que a lei determina, a Câmara Municipal do Porto ordenou uma expulsão do colectivo envolvido num projecto autogestionário sem empreender qualquer tentativa de contacto com os protagonistas dessa iniciativa; .

Tendo em conta que a Câmara Municipal do Porto podia ter inteiro conhecimento da situação, através das actas das assembleias, dos anúncios e das fotografias do desenvolvimento de cada actividade que fomos inserindo no nosso blogue;

Tendo em conta que a intenção do nosso colectivo era, sinteticamente, restituir um bem público desaproveitado à comunidade;

Tendo em conta que o nosso projecto tem tido o apoio da comunidade onde se insere e a quem se destina:

SÓ PODEMOS CONCLUIR QUE A SUA ABRUPTA INTERRUPÇÃO RESULTA DE UM DESRESPEITO POR AQUILO QUE A CONSTITUIÇÃO ESTIPULA.

Assim sendo, e com vista à abertura de diálogo, passamos a relembrar a natureza e as intenções do nosso projecto, bem como um historial das actividades já por nós lançadas e desenvolvidas:

INTENÇÕES – devolução da escola à comunidade, defesa do património público, apoio aos jovens do bairro, acompanhamento e monitorização da situação precária dos moradores idosos do bairro.
INTERVENÇÕES – recuperação do espaço (obras de restauro e consolidação estrutural, janelas, pintura, limpeza do mato), o que alterou significativamente a situação de insegurança e de insalubridade que se vivia há já 5 anos.
ACTIVIDADES – apoio escolar, revitalização da biblioteca com espaço para crianças e idosos, oficinas de informática, oficinas de artesanato, oficinas de reciclagem, cicloficina, actividades desportivas no pátio, jantares populares, cinema comunitário…

A todos aqueles que porventura consideram que o projecto de Centro de Formação, alegadamente previsto para ser implementado na Escola da Fontinha pela Câmara Municipal do Porto, poderá ser mais estruturante e valioso para um bairro abandonado do que a realidade, já posta em marcha, do nosso pólo auto-gerido de animação e difusão cultural, trabalho e formação oficinal e artística (a par de outras valências já mencionadas), queremos fazer notar que:

1- O projecto apadrinhado pela CMP apenas saltou da gaveta perante a evidência, publicamente saudada e acarinhada, da nossa acção de ocupação.

2- Nenhum pormenor quanto a prazos de execução e pormenores de natureza foi divulgado pela CMP.

3- O projecto da CMP pode ser levado a cabo no mesmo bairro, com frutos porventura positivos para a população da zona, no edifício da escola de baixo (com 5 salas vagas), não sendo de todo incompatível (bem pelo contrário...) a coexistência de dois pólos dinamizadores distintos na mesma zona até agora esquecida pelos poderes públicos.

A todos os que não se limitam a etiquetar as pessoas que constituem o nosso grupo de intervenção de bandalhos inconsequentes e aos que encaram a hipótese de um diálogo construtivo e de uma negociação frutífera conducente ao nosso retorno à Escola da Fontinha, queremos fazer notar que:

1) É estranha a atitude que consiste em rejeitar e denegrir a livre iniciativa de cidadãos que, num tempo de crise, através de um gesto solidário e generoso, se propõem limpar, manter e dar utilidade a um edifício público fechado há anos, no contexto de um bairro onde não tem havido investimento público nos sectores da cultura, da animação e da formação.

2) Tendo em conta o elevadíssimo número de espaços devolutos na cidade do Porto, mormente no seu centro, é incompreensível que a ocupação de um desses espaços, para fins culturais, sob forma de acções dirigidas à população local, se confronte com uma reacção tão violenta.

3) Considerando que a desertificação é um tema que, nos últimos anos, tem vindo a preocupar crescentemente os autarcas, não se entende por que motivo a instalação de um pólo de animação num bairro da baixa, (cuja actividade permanente valoriza a zona onde se insere) não foi recebida com regozijo e mesmo encorajada pelos poderes locais.

4) Sendo este tipo de experiência de ocupação e reconversão de edifícios públicos uma prática assaz corrente no espaço comunitário europeu, não se entende que possa provocar reacções de pasmo, escândalo e repressão.

5) Sendo a «subsídio-dependência» alvo de constantes críticas por parte dos nossos governantes, e muito particularmente por parte do executivo da CMP, parece absurdo que o poder local rejeite e reprima um projecto cultural que nem reclama apoios financeiros públicos ao tempo da sua implementação, nem programa o seu desenvolvimento em função da atribuição de subsídios futuros.

6) Escusado será dizer que um pólo de actividade cultural permanente atrai mais pessoas ao bairro da Fontinha e que esse acréscimo de frequência, a diferentes horas, se traduz por um acréscimo de segurança e de qualidade de vida local.

7) O grupo que empreendeu convictamente o projecto (agora destituído de localização em razão do despejo) está totalmente disponível para uma conversa com a Câmara Municipal do Porto, a fim de prestar ao executivo camarário todos os esclarecimentos necessários. Igual disponibilidade existe para um encontro com os responsáveis do «novo projecto» em virtude de cuja concretização alegadamente se procedeu ao fecho e emparedamento da escola da Fontinha, no momento em que ali estava a decorrer um calendário de actividades culturais, recreativas e formativas bem recheado.

MANIFESTO


MANIFESTO


Os políticos do sistema quase se têm limitado a debitar taxas sociais únicas, taxas, juros, impostos, percentagens, finanças. Uma linguagem contraproducente que quase ninguém entende. Uma linguagem oca, entediante, assexuada.
Urge falar na vida. Na vida que ainda corre nas ruas, nos cafés. Na vida que não é interesseira, que não está à espera do lucro e do juro, do ganho mesquinho, da mercearia. Na vida que é capaz de se levantar e dizer não ao FMI, ao BCE, à Merkel, ao Durão Barroso, ao Obama. Na vida que vem para a rua, que corre nas veias e que grita a liberdade e o desejo. Na vida que não está nos vendilhões do templo, nos pregadores da morte e nos castradores- Sócrates, Cavaco, Passos Coelho, Paulo Portas. Na vida que vale por si mesma, como dizia Henry Miller, que está no desenvolvimento livre das crianças, nas brincadeiras sem fim.


Não aceitamos esmolas. Quem ficar acorrentado à "troika", à mercê dos senhores do mundo e dos mercados agiotas não vive, vegeta, não passa de um escravo. Começa a chegar a hora de separar as águas. Já há sinais. Na Grécia, na Islândia, no Egipto, na Síria, no Iémen, na Tunísia. Começa a ser urgente dizer que é preciso começar tudo de novo. Que esta terra de exploração e precariedade vai rebentar mais tarde ou mais cedo, nem que seja através da revolta da mãe-natureza, de grandes "tsunamis", terramotos ou outras catástrofes ou então através da contaminação nuclear. Não tenhamos dúvidas. Estas eleições em Portugal não vão resolver nada. O poder vai cair na rua. Estejamos preparados.

www.jornalfraternizar.pt.vu

quinta-feira, 19 de maio de 2011

GARCIA PEREIRA


Com as medidas da troika, Portugal arrisca-se a ficar pior do que antes do 25 de Abril - Garcia Pereira
Lisboa, 19 mai (Lusa) - O líder do PCTP/MRPP, Garcia Pereira, alertou para o risco de Portugal "ficar pior do que antes do 25 de Abril" após a impleme...



Com as medidas da troika, Portugal arrisca-se a ficar pior do que antes do 25 de Abril - Garcia Pereira
Lisboa, 19 mai (Lusa) - O líder do PCTP/MRPP, Garcia Pereira, alertou para o risco de Portugal "ficar pior do que antes do 25 de Abril" após a implementação das medidas da 'troika', acusando José Sócrates de ser "o representante do governante traidor à pátria".

Em entrevista à Agência Lusa no âmbito das eleições legislativas a que o PCPT/MRPP concorre em todos os círculos eleitorais, o cabeça de lista por Lisboa e líder do partido foi questionado sobre a atual situação do país.

"É preciso dizer que efetivamente o país está hoje melhor do que estava antes do 25 de Abril", defendeu.

No entanto, Garcia Pereira alertou para o facto de, com estas medidas da 'troika', Portugal se arriscar a ficar pior do que antes do 25 de Abril, enfatizando que o país tem "uma bolsa de pobreza como nunca se viu depois" da revolução dos cravos.

O líder do PCTP/MRPP recordou que já existe uma "situação de fome e de miséria com grande dimensão" mas sublinhou que com as medidas acordadas com a troika tudo se irá agravar, considerando que se devia explicar o que vem aí que, na sua opinião, é "uma verdadeira declaração de guerra às pessoas".

"Eu não acho que o país esteja hoje pior do que estava antes do 25 Abril mas está a caminhar para lá. E se aceitarmos as soluções da 'troika' e do FMI e um novo Governo, seja ele do PS ou do PSD ou em bloco central, não tenhamos a menor dúvida que estes três anos nos colocarão piores do que no dia 24 de abril de 1974", declarou.

Garcia Pereira condenou ainda José Sócrates por ser "o representante do governante traidor à pátria, que vendeu a pátria a pataco", afirmando que ele não estaria de acordo com um "programa democrático e patriótico" como aquele que é defendido pelo PCTP/MRPP.

O cabeça de lista por Lisboa - que nestas legislativas espera conseguir a sua eleição como deputado - afirmou que "o grande desafio" da candidatura do partido "é conseguir fazer chegar as ideias e opiniões junto da grande massa dos cidadãos eleitores".

"Porque todos nós já percebemos que estamos perante uma campanha eleitoral que está defraudada à partida. As eleições ainda não se realizaram mas as soluções já estão definidas e impostas pela troika", condenou.

Segundo Garcia Pereira, "a campanha está agora a caracterizar-se por uma tentativa de fazer crer aos cidadãos eleitores que a dívida tem que ser paga e que eles só têm direito a escolher entre os partidos que deem melhores garantias de assegurar o pagamento da dívida".

"Os que pensam diferente (...) não tem direito à palavra nesta campanha", lamentou, condenando o facto de se estar a "convencer os cidadãos a votar no PS ou no PSD"

"Que vai ser o voto nos cortes salariais, nos despedimentos, na redução das pensões, na privatização do pouco que resta e a privação do país de instrumentos estratégicos fundamentais, ou seja, na aplicação do programa da troika", explicou.

JF.

Lusa/fim

O VERSO DOS MERCADOS


SECÇÃO: Cultura

Entrevista a António Pedro Ribeiro
por José Peixoto


O Verso dos Mercados

António Pedro Ribeiro nasceu no Porto, em Maio de 1968, e vive em Vilar de Pinheiro, Vila do Conde. É licenciado em Sociologia, autor de oito livros de poesia, e agora tem o seu primeiro livro em prosa: “Nietzsche, Jim Morrison, Henry Miller, os mercados e outras conversas”. A 26 de Maio, no Teatro Campo Alegre do Porto, Pedro Ribeiro vai exibir o seu espectáculo poético, intitulado “se me pagares uma cerveja estás a financiar a revolução”. É candidato a deputado pelo PCTP/MRPP, pelo círculo eleitoral do Porto.


A Voz da Póvoa – Nietzsche, Jim Morrison e Henry Millerporquê?



António Pedro Ribeiro

A. Pedro Ribeiro – Podia acrescentar Jesus que é muitas vezes citado no livro. Tem a ver com esta sociedade, onde somos completamente controlados pelo FMI, pelo Banco Central Europeu e pela Comissão Europeia. Somos uma espécie de marionetas nas mãos dos bancos. O livro não faz apenas a critica, procura ser positivo com os autores que vou citando, porque fala da vida pela vida, que não precisa da mercantilidade.


A.V.P. – Este é mais um livro onde há uma realidade que incomoda?


A.P.R. – Enquadra-se no tempo actual. Não é de poesia e não tem o tom satírico, da “Declaração de Amor ao Primeiro - Ministro”. É uma prosa poética com textos por vezes proféticos, mas que são de reflexão filosófica e sociológica, sobre a sociedade actual.


A.V.P. – Esta vertente da escrita está sempre a ser repisada nos palcos?


A.P.R. – Há um acompanhamento mais intenso nos últimos anos, com a “poesia de choque” no Clube Literário do Porto, no Pinguim ou no Púcaros. Embora distinga o acto da escrita, do acto de estar no palco ou a dizer poemas num bar. Quando escrevo sou aquele que observa.


A.V.P. – A sua escrita nasce da celebração dos lugares da boémia?


A.P.R. – Uma parte vem do pensamento, que também é influenciado pelo que faço na rua ou no bar. Tenho essa escola da noite, dos bares, da celebração. Se bem que, às vezes, a noite pode ser um tédio com o céu e o inferno juntos. Estar no bar até de manhã tem essa vivência, mulheres, bêbados que falam contigo. Tudo isto pode ser criticável, mas as pessoas que vivem casa trabalho casa, não vivem.


A.V.P. – O essencial deste livro é transmitir é uma ideia de vida?


A.P.R. – É uma longa história inspirada no grito do Jim Morrison, “cremos o mundo e exigimo-lo agora”. Quer contribuir para a construção do homem criador, aquele que dança, que canta, que se passeia na corda bamba do devir, que volta a ser a criança sábia, onde tu és uma espécie de mestre. No entanto voltas a uma certa inocência, à pureza da infância. Porque a vida é exuberância, prazer e descoberta.


A.V.P. – É o poeta ou o homem que aparece na listas do MRPP?


A.P.R. – Embora não concorde com todas as posições, o partido tem um discurso anti-capitalista e defende a revolução social. A solução passa claramente pela rua, como se tem visto no Egipto, na Tunísia ou na Síria. O MRPP está nessa linha de pensamento.

www.vozdapovoa.com

PORTAS DEL SOL


"Portas del Sol, texto lido hoje, 18 de Maio"

Nos piden propuestas, quienes nunca han tenido propuestas

Nos piden programas políticos quienes se saltan sistemáticamente sus programas políticos

Nos pide transparencia quien nunca nos ha contado nada. Quien nunca nos ha preguntado nada.

Nos piden propuestas quienes tienen millones y millones a quienes tenemos carpas y cartones, precariedad y paro, deudas y más deudas.

Nos piden propuestas porque el poder ya no son ellos, el poder somos nosotros y nosotras.

Nos piden propuestas porque tienen prisa, tienen prisa porque tienen miedo.

Pero nosotros y nosotras no tenemos prisa, porque el tiempo ahora ya no es el suyo. El tiempo es nuestro.

Tenemos paciencia porque sabemos que esto va a crecer.

Tenemos paciencia, porque no tenemos miedo.

quarta-feira, 18 de maio de 2011

MANIFESTO


MANIFESTO

Os políticos do sistema quase se têm limitado a debitar taxas sociais únicas, n taxas, juros, impostos, percentagens, finanças. Uma linguagem contraproducente que quase ninguém entende. Uma linguagem oca, entediante, assexuada.
Urge falar na vida. Na vida que ainda corre nas ruas, nos cafés. Na vida que não é interesseira, que não está à espera do lucro e do juro, do ganho mesquinho, da mercearia. Na vida que é capaz de se levantar e dizer não ao FMI, ao BCE, à Merkel, ao Durão Barroso, ao Obama. Na vida que vem para a rua, que corre nas veias e que grita a liberdade e o desejo. Na vida que não está nos vendilhões do templo, nos pregadores da morte e nos castradores- Sócrates, Cavaco, Passos Coelho, Paulo Portas. Na vida que vale por si mesma, como dizia Henry Miller, que está no desenvolvimento livre das crianças, nas brincadeiras sem fim.
Não aceitamos esmolas. Quem ficar acorrentado à "troika", à mercê dos senhores do mundo e dos mercados agiotas não vive, vegeta, não passa de um escravo. Começa a chegar a hora de separar as àguas. Já há sinais. Na Grécia, na Islândia, no Egipto, na Síria, no Iémen, na Tunísia. Começa a ser urgente dizer que é preciso começar tudo de novo. Que esta terra de exploração e precariedade vai rebentar mais tarde ou mais cedo, nem que seja através da revolta da mãe-natureza, de grandes "tsunamis", terramotos ou outras catástrofes ou então através da contaminação nuclear. Não tenhamos dúvidas. Estas eleições em Portugal não vão resolver nada. O poder vai cair na rua. Estejamos preparados.

terça-feira, 17 de maio de 2011

O FMI VIOLADOR

O VIOLADOR DO FMI

António Pedro Ribeiro
Candidato a deputado pelo PCTP/MRPP/ Círculo do Porto

Dominique Strauss-Kahn violador. O senhor FMI violador e agressor. Com que lata é que estes senhores nos chupam o país? Com que ética, senhoras, senhores, é que um violador, um femeeeiro, põe e dispõe de países inteiros? Com que direito uma seita de violadores, abusadores e abutres comanda as nossas vidas? Senhoras, senhores, "to be or not to be". Shakespeare e Hamlet estão aqui. Um bando de cegos governado por imbecis. E por violadores, já agora. Senhoras, senhores, quando é que os cegos verão a Luz? Senhoras, senhores, não temos mais que venerá-los ou respeitá-los. Senhoras, senhores, estamos perante ídolos de pés de barro. Senhoras, senhores, façamo-los cair. De uma vez por todas. Bem sabemos que já errámos várias vezes, deixámos de aspirar à santidade. Até estamos, como Nietzsche, para além do bem e do mal. Mas, desta vez, senhoras, senhores, sabemos que temos a razão e o coração do nosso lado.

segunda-feira, 16 de maio de 2011

MANIFESTO DO RENASCIMENTO

MANIFESTO DO RENASCIMENTO

António Pedro Ribeiro

Nascemos. Estamos aqui. Não devemos nada a ninguém. Não pagamos. Nada temos a ver com o FMI, com o Banco Central Europeu, com a Comissão Europeia. Ninguém nos perguntou se queríamos aderir à então CEE. Aliás, a coisa não passa disso. De uma união económica e financeira. Nada mais. Aliás, tudo se resume ao económico e ao financeiro. A linguagem económica e financeira já mete nojo. E depois querem que nos sacrifiquemos, que andemos sempre poupadinhos a contar os trocos. Que porra de vida é esta? Em que é que eles-banqueiros, especuladores, grandes empresários, políticos do sistema- querem que nos tornemos? Em autómatos? Em seres sem coração, sem alma?
Nascemos. Estamos aqui. Não aceitamos. Não aceitamos mais. Não somos mercadorias. Temos algo de divino. A vida é nossa. O mundo é nosso. A rua é nossa. Não aceitamos mais que eles nos venham dizer o que fazer e o que pensar. Não aceitamos mais que eles nos espetem a prisão e a castração nos cornos. Nascemos. Estamos aqui. Viemos ao mundo. Isso basta-nos. Não temos que prestar contas a ninguém. Somos mulheres, homens. Não venham com fados, fatalismos, niilismos. Podemos começar tudo de novo. É para isso que estamos aqui. Para erguer um novo mundo. Não temos de pedir licença a ninguém. Não temos de pagar dívida nenhuma. Nascemos. Estamos aqui. Expulsemos os pregadores da morte, dos mercados, da finança. Ocupemos a praça. Já perdemos tudo o que tínhamos a perder. O novo mundo está aqui.

É O POVO, PÁ!

Colagem de cartazes esta madrugada em 30 cidades do país
Movimento É o povo, pá! “ataca” centros de emprego
16.05.2011 - 07:30 Por Natália Faria

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2 de 15 notícias em Sociedade
« anteriorseguinte »Apareceram de cara tapada e colaram cartazes, como quando em Março “invadiram” as instalações do BPN para lá colarem cartazes a acusar “O vosso roubo custou 13 milhões”. Na última madrugada, os alvos do movimento É o povo pá! foram os centros de emprego e, nos cartazes que deixaram colados nos vidros, lê-se “Não queremos subsídios, queremos emprego”.
O movimento já tinha invadido em Março as instalações do BPN (Foto: Paulo Pimenta)

Foi assim nas instalações do IEFP na Rua da Saudade, no centro do Porto, foi assim em mais 30 cidades do país. Objectivo: “Chamar a atenção para a questão do desemprego e para a forma como são chamados os desempregados deste país, porque achamos que os centros de emprego perderam a vocação que tinham, centrada numa política nacional de combate ao desemprego e de criação de emprego, para se transformarem em centros fiscalizadores dos desempregados”, explicou ao PÚBLICO um dos membros do movimento.

“Não aceitamos que [os centros de emprego] sejam locais onde somos ameaçados, vigiados e fiscalizados como se não ter emprego fosse um crime que nos devesse ser imputado”, lê-se no texto que acompanhou o protesto.

Percebe-se, pelo uso da primeira pessoa do plural, que está desempregado quem dá a voz pela iniciativa no Porto. E pouco mais se sabe, porque os dinamizadores do movimento É o povo pá! insistem em manter-se sob anonimato. “Queremos que se fale do que andamos a fazer e não de quem somos”. O inusitado das acções visam garantir a mediatização das iniciativas, reforçando assim objectivo de “somar protesto ao protesto” social.

Na acção sobre o BPN, surgiram em forma de interrogação “E o povo, pá?”. Agora, o nome trocou o ponto de interrogação por um de exclamação. Na próxima acção, que há-de ser imposta pela conjuntura, logo se vê. Entretanto, os passos do movimento podem ser acompanhados aqui.

www.publico.clix.pt

terça-feira, 10 de maio de 2011

QUANDO A BELEZA...


Quando a beleza se funde


com o espírito


há explosões


que vêm de dentro


quando a beleza se funde


com o espírito


há mundos que se abrem


loucura


criação


quando a beleza se funde


com o espírito


há aves livres


banquetes


celebração


quando a beleza se funde


com o espírito


és tu à mesa


és tu ao balcão


quando a beleza se funde


com o espírito


já não há mais mercado


nem prisão




A.Pedro Ribeiro