segunda-feira, 16 de maio de 2011

MANIFESTO DO RENASCIMENTO

MANIFESTO DO RENASCIMENTO

António Pedro Ribeiro

Nascemos. Estamos aqui. Não devemos nada a ninguém. Não pagamos. Nada temos a ver com o FMI, com o Banco Central Europeu, com a Comissão Europeia. Ninguém nos perguntou se queríamos aderir à então CEE. Aliás, a coisa não passa disso. De uma união económica e financeira. Nada mais. Aliás, tudo se resume ao económico e ao financeiro. A linguagem económica e financeira já mete nojo. E depois querem que nos sacrifiquemos, que andemos sempre poupadinhos a contar os trocos. Que porra de vida é esta? Em que é que eles-banqueiros, especuladores, grandes empresários, políticos do sistema- querem que nos tornemos? Em autómatos? Em seres sem coração, sem alma?
Nascemos. Estamos aqui. Não aceitamos. Não aceitamos mais. Não somos mercadorias. Temos algo de divino. A vida é nossa. O mundo é nosso. A rua é nossa. Não aceitamos mais que eles nos venham dizer o que fazer e o que pensar. Não aceitamos mais que eles nos espetem a prisão e a castração nos cornos. Nascemos. Estamos aqui. Viemos ao mundo. Isso basta-nos. Não temos que prestar contas a ninguém. Somos mulheres, homens. Não venham com fados, fatalismos, niilismos. Podemos começar tudo de novo. É para isso que estamos aqui. Para erguer um novo mundo. Não temos de pedir licença a ninguém. Não temos de pagar dívida nenhuma. Nascemos. Estamos aqui. Expulsemos os pregadores da morte, dos mercados, da finança. Ocupemos a praça. Já perdemos tudo o que tínhamos a perder. O novo mundo está aqui.

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