terça-feira, 13 de dezembro de 2016

QUIXOTE

Dizem que me passo para lá de changrilá. Se não me passasse já teria dado um tiro nos cornos. Não que as pessoas não sejam amáveis comigo. Só que me parece que estou noutra dimensão. A dimensão dadá, cubista, surrealista. A dimensão de Artaud. Por que raio não posso auto-proclamar-me Deus, Jesus e Satã? O que é que me impede? Qual é o limite? Não há impossíveis. Dentro da minha mente tudo é possível e mesmo fora dela. O que me impede de incendiar, de fazer a revolução? Afastai-vos, ó castradores. Agora reino aqui. Liberto o meu fogo, a minha mente, como um grande dragão. Os dias são meus, Dulcineia. Sou Quixote.

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