quarta-feira, 5 de outubro de 2016

O PINGUIM E OS INFINITOS

O público do Pinguim não é aquele que agarro mais. Há uns entusiastas, claro. Mas noto alguma frieza. De qualquer forma, eu vou representar, não vou ler poesia. Contudo, o Pinguim, pela sua história, por alguns grandes actores como o Joaquim Castro Caldas ou como o Rui Spranger, é um local de referência. Nós é que nos tornámos exigentes, talvez demasiado. E depois há o livro. Temos motivos para festejar. Ontem recebemos o dinheiro da Feira do Livro e fartámo-nos de beber. Hoje não será assim. Há que produzir. Há que escrever. Há que prosseguir a obra. Alegria. Euforia. Zaratustra berra e salta. E eu invento o Natal sobre a Terra. Explosões no meu cérebro. É minha a festa permanente. Como sou diferente de vós, ó normais. Como voo. Não, não sou desses poetas menores que por aí andam. Tenho asas, tenho a minha loucura. Percorro infinitos. 
Não, não me satisfaço com o banal, com o útil, com a economia. Sou dos céus, das estrelas. Já toquei Jesus, Zeus, Dionisos. Agora sou dos anjos. Brilho. Canto. Como explicar-vos? Não sou bem daqui. Venho de reis malditos. Não que não dê amor...eu sou fogo. Mulheres, por que me temeis?

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