sábado, 3 de outubro de 2015

O NO FUTURE E A REVOLUÇÃO

A grande maioria dos jovens anda confusa. Não sabe bem o que quer. Agarra-se aos copos. Não há futuro. A vida tornou-se esquizofrénica. Uma sucessão de imagens, de smartphones, de facebooks, de publicidades, de propaganda. É um mundo louco que promete desemprego, trabalho precário, trabalho escravo, um mundo que outros vivem por nós. É um mundo que nos põe num atropelo, numa corrida louca, permanente, em busca do prémio, do troféu, da recompensa, ou seja, do estatuto, do poder, da carreira. Regredimos. Tornámo-nos mais animalescos. O capitalismo é mais feroz, mais feroz do que no séc. XIX. As pessoas estão cheias de medo, cheias de medo também umas das outras. Curiosamente, umas até gritam "vêm aí os comunas!Vêm aí os anarcas!". Cheias de medo. É claro que se somos revolucionários, viemos fazer a revolução, não viemos beber copos de água. No entanto, esta gente prossegue com o Porto e o Benfica, com a vidinha de todos os dias, sem uma visão de conjunto, a votar no facho do Passos e noutros que lhes têm roubado a vida. É uma barca de loucos. Onde a depressão e o suicídio aumentam assustadoramente. Onde, de facto, a vida normalmente não presta. Há pessoas. Claro, há pessoas de bem, de coração, que nos ouvem, que nos compreendem, que dialogam connosco abertamente, que fazem o banquete. Mas ainda somos poucos. No entanto, qual é o problema de apelar já à revolução? O que temos a perder, companheiros? O que nos dá esta vida de dinheiro e de intriga? O que nos adianta passar a vida a falar de números e de economia? O que nos adianta sermos iguais a eles? Porra, camaradas, sejamos os nossos próprios deuses, celebremos a vida na praça.

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