terça-feira, 3 de março de 2015

O HOMEM DA CIDADE E DA REPÚBLICA

Há, sem dúvida, pessoas de bem, que se preocupam com os outros, que reconhecem o valor dos outros, que colocam a família acima de tudo, que abrem o coração. Admiro essas pessoas como o sr. Gilberto. No entanto, eu não sou assim. Eu tanto sou do eu como sou da cidade. Eu sigo Max Stirner quando ele proclama o eu soberano, quando diz que nada está acima de mim, do meu espírito, nem juízes, nem Estado, nem polícias. Contudo, eu também sou o homem da cidade, da pólis, da república, que se preocupa com o bem-estar e com a felicidade dos outros cidadãos, que que quer edificar uma nova educação, o conhecimento pelo conhecimento, que quer elevar os pensamentos. Compete-me a mim construir uma filosofia política que contribua para tornar os homens melhores, menos agressivos, menos competitivos, mais críticos em relação à engrenagem. Compete-me denunciar que o capitalismo e o dinheirismo representam a morte e que é preciso elevar as nossas consciências. Há, sem dúvida, pessoas de bem. No entanto, há também muita gente adormecida. Que não tem noção de que está a ser levada, explorada, alienada, de que o mundo, a natureza e o próprio homem estão a ser destruídos. Sim, os dias passam. As pessoas percorrem as ruas. Estão cada vez mais sós, apesar dos Smartphones, apesar do Facebook. Alguns sinais vêm de Atenas. Atenas onde nasceram a democracia, as assembleias, a filosofia. Atenas onde temos de regressar. Porque o homem pensa por si mesmo. Porque o homem não pode ser escravo de outros homens. Porque o homem é um criador, um filósofo. Porque o homem é livre e persegue o bem, a virtude, a verdade, a justiça. Porque o homem não é meio-homem, nem um farrapo, nem um carrasco. Porque o homem é amor.

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