quinta-feira, 13 de novembro de 2014
PIOLHO
Estou no Piolho e estou só. O Piolho já não é o ponto de encontro da conversa e da discussão. Mantêm-se os gerentes- o Edgar e o Martins-, mantêm-se o Adriano e os outros empregados mas o Piolho parece ter perdido o encanto. Os clientes comem, bebem, tomam café. Lá fora chove. Logo à noite tenho o aniversário da Maria Tomé. Há indícios de que posso estar às portas da glória, tenho uma escrita original. Nem todos os poemas e textos são bons, claro. Tendo a repetir-me na prosa. No entanto, tenho consciência de que tenho coisas de muito valor desde os 18/19 anos. Alguns entretêm-se com os tablets e os portáteis. Eu mantenho-me fiel ao papel e à caneta. Estou a iniciar um novo caderno. Qual será o futuro dos meus cadernos? Há textos que não passo para o computador. Quando eu morrer ou ficar gravemente doente talvez alguém pegue neles. Sim, talvez me torne um gajo reconhecido não apenas em certos meios. Talvez devesse organizar uma antologia. Bem, não me sinto a morrer. Sou um dos poetas da cidade e de Braga, da Póvoa e de Vila do Conde. Vivo disto e das declamações. Quero ser um filósofo, um pensador. Na verdade, não me incluo no grupo dos normais. Tenho a minha loucura. Acho absurda a dependência do dinheiro, acho absurda a vida de sacrifício e de obrigações que muitos levam. No fundo, aos 16/17 anos já tinha a ideia. Já era crítico em relação à sociedade. Aprendi com o Roger Waters, aprendi com o Jim. Continuo a escrever. Escrever é a minha vida.
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