"É esse o papel do artista: transportar-nos para lá da rotina desalentadora e entorpecedora da vida quotidiana", disse Anais Nin. É à criação, à vontade criadora, à viagem interior que compete afastar-nos do tédio, da rotina, da passividade televisiva. Por outro lado, há um mundo que se tornou demasiado objectivo, demasiado científico, demasiado tecnológico. Precisamos regressar à criança, à espontaneidade, precisamos encontrar a criança sábia de forma a atingirmos o novo mundo. O artista, o poeta tem a responsabilidade de provocar os seus semelhantes e o instituído, tem a responsabilidade de denunciar a sub-vida que os media, os poderes e a alta finança nos impõem. Porque, de facto, para a grande maioria das pessoas a vida é uma merda. Trabalham, curvam-se, obedecem. A compra e venda domina as relações. Está tudo no mercado e nos mercados. As pessoas compram e vendem-se. Não há brilho, não há vida interior, não há festa.
Todos fomos crianças. As crianças dançam, cantam, pintam, escrevem poemas. Contudo, há um ponto na adolescência ou na juventude em que a escola e a família nos empurram para o mercado de trabalho, para a competição, para a guerra. Muitos de nós perdem-se, perdem a capacidade criativa, o fazer pelo gozo de fazer sem estar condicionado por objectivos. Deixam de ser potenciais artistas. Deixam de gozar a verdadeira vida.
segunda-feira, 27 de outubro de 2014
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