"Que tinha para dizer ao mundo que fosse tão desesperadamente importante? Que tinha para dizer que não tivesse sido dito antes, e milhares de vezes, por homens infinitamente mais dotados do que eu? (...) Em que sentido era eu único?"
(Henry Miller, "Nexus")
Eis o grande drama do poeta, do escritor. Não as futilidades que muitos escrevem. Seremos únicos? Vêm-nos à cabeça coisas que os outros não pensam? Não estaremos sempre a trabalhar? A mente e o espírito produzem continuamente. Neste momento sou um bêbado inspirado. Saí da caverna. Vejo claramente a luz. O que tenho a dar pertence ao mundo inteiro. Outros foram ou são muito mais dotados do que eu. Outros mudaram o mundo com a sua arte, com a sua palavra. Eu sou apenas um aprendiz de filósofo. Caminho entre os homens. Venho ao café beber cerveja e ler Henry Miller. Só tenho conversa para alguns, normalmente na cidade. Ultimamente tenho-me sentido mais solto, especialmente com as mulheres. Tenho o tal paleio do caos, do fim do dinheiro, do poeta alucinado. Enfim, conversas com copos. Há quem ache piada aos meus ditos e principalmente aos meus escritos. Aprendi contigo, Jaime. Arranjam-se uns trocos, bebem-se umas cervejolas. E já nos julgamos imortais. De qualquer forma, não temos de nos andar sempre a lamentar, não temos de nos auto-culpabilizar como os cristãos. Fizemos o que havia a fazer. E ainda temos muito a fazer aqui na Terra.
segunda-feira, 21 de abril de 2014
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