Obedece.
Consome. Dorme. Vê TV. Submete-te. Conforma-te. Não há livre pensamento. Não
questiones a autoridade. O dinheiro é Deus. Casa e reproduz-te. Eis o
capitalismo do séc. XXI. Eis no que eles- capitalistas, especuladores,
políticos do sistema- querem no que te tornes. Eles entram no teu pensamento,
formatam-te as ideias, via media, via publicidade. Qual "1984" de
Orwell, qual "Admirável Mundo Novo" de Huxley. Eles controlam-te. Por
isso tens de seguir a via do pensamento soberano, da criação. Por isso tens de
despertar, de te revoltar contra o instituído, de ir às profundezas de ti mesmo, de te
encontrar. Por isso tens de te unir àqueles que pensam como tu.
domingo, 29 de dezembro de 2013
quinta-feira, 26 de dezembro de 2013
O EU TODO-PODEROSO
É madrugada. Escrevo. Não estou na rua Carlos Teixeira mas na rua da Senra. A Leonor não dorme a meu lado. Zangou-se comigo. Não consigo dormir. Os comprimidos não fazem efeito. Tenho altos e baixos durante o dia. Serei eu, de facto, um grande poeta ou terei a capacidade de vir a sê-lo? Ou não passo de um escritor mediano? Sim, creio que tenho em mim a grandeza, a busca da idade do ouro, de um Graal. Vou encontrando as respostas nos livros. Há ouro dentro de mim. Há a infância. Como Rimbaud derramo fogo. Não, não sou dos menores. Tenho em mim a vida. Celebro-a. Os galos cantam. Não estou na Carlos Teixeira. A Leonor não está. Apesar disso, sinto-me mais senhor. A caminho do "eu todo poderoso" de Stirner. Insulto o universo. Amaldiçoo os poderosos, os ricos, os banqueiros. Porque hão-de ter eles tudo enquanto eu ando aqui a contar os trocos? Que valem eles mais do que eu? Quanto vale a minha obra? Atingi um patamar em que sou realmente um Poeta, um filósofo até.
É madrugada. Escrevo. Os deuses vêem ter comigo e coroam-me rei. Rei de outras eras, de Camelot, de Elsenor. Rei nestes tempos do mercado e da troca. Rei que corteja as mulheres. Senhor do tempo e da vida. Não, não me apanhais. Estou liberto. Não tenho as vossas maneiras. Venho buscar o indivíduo todo inteiro, o novo messias. Venho procurá-lo na cidade, na aldeia. Venho procurá-lo nos livros. Acendo-me. Sou. Faço parte de uma tribo de iluminados. Não sei explicar. Venho de uma estrela. Sou o Eu todo-poderoso.
É madrugada. Escrevo. Os deuses vêem ter comigo e coroam-me rei. Rei de outras eras, de Camelot, de Elsenor. Rei nestes tempos do mercado e da troca. Rei que corteja as mulheres. Senhor do tempo e da vida. Não, não me apanhais. Estou liberto. Não tenho as vossas maneiras. Venho buscar o indivíduo todo inteiro, o novo messias. Venho procurá-lo na cidade, na aldeia. Venho procurá-lo nos livros. Acendo-me. Sou. Faço parte de uma tribo de iluminados. Não sei explicar. Venho de uma estrela. Sou o Eu todo-poderoso.
domingo, 15 de dezembro de 2013
TRISTEZA E ALEGRIA
A
tristeza, a alegria, a depressão, a euforia são elementos fundamentais da nossa
vida. Daí que devamos estar sempre atentos a esses sintomas, mais do que às
flutuações da economia. E cada vez há mais pessoas tristes, deprimidas, devido
a um sistema capitalista que nos afasta, que nos torna avarentos, mesquinhos,
interesseiros, sem coração. Estamos a caminho da barbárie. Guerreamo-nos por
lugares, por empregos, pelo estatuto. O amor vai rareando. Tudo é frio, gélido
como os números dos mercados. A vida perde o sentido.
sexta-feira, 6 de dezembro de 2013
TÉDIO
Além dos problemas económicos, o principal problema é o tédio. "As pessoas vivem, mas não se sentem vivas", como diz Erich Fromm. O homem moderno sente-se como uma coisa, "a materialização de energias a serem investidas com lucro no mercado". (O homem) "experimenta o seu próximo como uma coisa a ser usada numa troca lucrativa", ainda Fromm. O tédio de nos sentirmos como coisas, como mercadorias, como peças da engrenagem. Daí que nos perguntemos o que estamos a fazer aqui, porque nascemos para viver este inferno, esta "vida" onde somos infelizes, onde nos limitamos a seguir os outros, a desenvolver as mesmas tarefas. Daí que estejamos deprimidos, que pensemos no suicídio, que não encontremos sentido nisto. Raramente há amor, a liberdade está castrada por um mundo de números, de percentagens, de ecrãs. Urge romper.
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