quarta-feira, 9 de outubro de 2013

CONFISSÕES

Sei que tenho a capacidade de escrever grandes obras. Salvo nas grandes depressões, a inteligência não me tem faltado. Sou um pensador, um aprendiz de filósofo. Tenho ideias. Tenho a Ideia. Se a saúde não me faltar ainda tenho uns anos pela frente. Sinto falta das cartas, da correspondência com outros escritores. Por isso escrevo estas confissões. Até hoje alcancei a fama do poeta marginal, maldito. Mas penso que a minha obra não se pode resumir a isso. Tenho filosofado, tenho-me debruçado sobre as grandes questões da humanidade. Tenho procurado as respostas. Tenho também combatido o sistema, o capitalismo. Talvez por isso não me façam determinados convites. Mas eu tenho consciência de que tenho valor, de que posso atingir a glória. Glória que já tive, a espaços. Glória que há-de vir. Estou certo.

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