segunda-feira, 2 de setembro de 2013
Começo a ser o mais louco dos poetas actuais. Já pouco temo. Digo o que quero. Escrevo o que quero. O homem comum não cresce, não evolui, não se enriquece. Por isso é-me difícil dialogar com ele. Sou também o mais ousado, o que insulta Deus e o presidente. O que celebra a mulher presente. Vivo uma espécie de segundo nascimento, de segunda infância. Os dias são grandes como os do antigamente.
Começo a ser o mais louco dos poetas actuais. Não tenho limites. Danço com Zaratustra. Como Rimbaud, como Baudelaire vou até ao inferno e volto. Sinceramente não vejo mais ninguém assim. Estou cada vez mais desalinhado. Cada vez mais longe do homem comum, embora o saúde. Sou o mais louco dos poetas actuais. Refugiado na confeitaria da aldeia, o mundo espera por mim, pela poesia incendiária. A poesia incendiária vai tomar conta do mundo.
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