domingo, 21 de julho de 2013

POETAS QUE VIVEM COMO POETAS

Há poetas que vivem como poetas. Conheci o Joaquim Castro Caldas, o Sebastião Alba, o Jaime Lousa. Conheço o Armando Ramalho. O Alba e o Jaime acabaram na rua. Todos eles levaram uma vida de excessos, à margens das normas e do instituído. O Joaquim inventou as noites de poesia no Porto, no Pinguim. Dizia poesia de uma forma única, explosiva. Era um homem dado, generoso. O Jaime ensinou-me a ver mais alto, para lá das aparências. E foi com estes senhores que também aprendi a noite e a vida. Foi com estes senhores e com Ginsberg, Bukowski, Rimbaud, Nietzsche, Jim Morrison, Cesariny, Luiz Pacheco, Henry Miller que aprendi o lado maldito, que andei de bar em bar, que estive no bar até ser dia. Não quero com isto dizer que outros não sejam bons escritores, bons poetas. Quero dizer que segui a via. Que sou desses senhores. Que não suporto a vidinha.

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