terça-feira, 14 de maio de 2013

CIDADÃOS DA TERRA

Devemos educar as nossas crianças no amor, na busca do saber, na descoberta. Devemos formar cidadãos íntegros, virtuosos, que se preocupem com as grandes questões da humanidade, com o sentido da vida, que não se fechem no egoísmo. Devemos fazer da vida um experimento permanente, uma aventura. Devemos ser todos cidadãos da Terra, das mesas partilhadas. Devemos cumprir o que viemos fazer à vida. Que viemos cá fazer? Amar, dar, descobrir, conhecer. Por isso leio, por isso escrevo. Tenho 45 anos. Não vim fazer negócios, não vim atrás do dinheiro. Vim para muito mais. Vim abrir portas. Vim construir mundos, ideias. Vim também para o mito, para o Graal, para a magia. Por isso não aceito entregar-me ao útil, ao quantificável, ao cronometrado. Por isso sou luz, sol, embriaguez. Não me dou com controlos, castrações, mecanizações. Procuro o enigma da vida. Estou na demanda. Percorro com Sócrates as ruas de Atenas. A mente explode, abre-se. Posso saber mais, posso saber sempre mais. A caneta desliza no papel. Sou um poeta. Desejo a mulher. Canto-a. Endeuso-a. Nasci hoje há 45 anos. Vim para reinar, para me dar. Há dias, noites em que me solto, em que não tenho limites. Que sentido faz toda a barbárie? Amemo-nos. Sejamos cidadãos da Terra.

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