sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

O MEU CAMINHO

Tive, claro, a influência dos meus pais, de alguns professores na escola. Houve também o "boom" do rock português aos 12/13 anos- os UHF, os Táxi, os Jafumega-, depois os Pink Floyd, as letras do Roger Waters. Os meus grandes amigos do liceu- o Jorge, o Rui- que me indicaram caminhos na música, na literatura. Depois vieram os Doors, o Jim Morrison. Nunca mais fui o mesmo. Poderia ter seguido outros caminhos. Vieram também as boas notas no 12º, o jovem promissor que eu era. Comecei a soltar-me, a falar com as miúdas. Veio a experiência traumática na Faculdade de Economia do Porto mas vieram também as noites e os concertos em Braga, o "Apocalipse Now", o "Assim Falava Zaratustra". Comecei a ler Marx, Lenine, Trotsky, os anarquistas. Escrevi os meus primeiros bons poemas. Poderia realmente ter sido outro. Mas fui seguindo a via, pondo em causa o sistema de ensino, as notas, o próprio capitalismo. Tive as grandes depressões, foram muito dolorosas. Não conseguia falar, comunicar, fugia das pessoas. Caí mas estou aqui hoje, pronto a enfrentar o inimigo. Fui eu que escolhi o meu caminho. Não foi a TV, não foi a moda, não foi o mercado, não foi o capitalismo. Fui eu que me construí, que construí a minha personalidade. Agora estou aqui.

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