quarta-feira, 24 de outubro de 2012

O ABRAÇO FRATERNO DO CARLOS PINTO

O mundo do dinheiro e da economia é absurdo. Afasta-nos da nossa essência, do amor, da alma. Destrói a maravilha e o mistério da vida. Empurra-nos para o trabalho imposto, para o sacrifício, para a máquina cega. A nossa experiência perde a luminosidade, o prazer da descoberta, a aventura do eu é castrada. A viagem interior, xamãnica só está ao alcance de alguns. Só alguns contactam com os espírito s, atravessam para o outro lado. No resto, o dinheiro e a economia destroem o belo e a poesia. Já rareia a espontaneidade, o abraço fraterno como o do Carlos Pinto no Púcaros, o diálogo aberto. O reino do dinheiro, da ganância e da economia produz homens e mulheres sem coração que se vão safando, trepando uns para cima dos outros como macacos, como dizia Nietzsche. Só alguns de nós, com sofrimento, nos conseguimos manter puros, imunes ao grande mercado, vivendo a luz e o espírito. Por isso, ainda amamos incondicionalmente, sem hipocrisias. Por isso desafiamos os poderes, provocando-os, insultando-os. Por isso tentamos fazer da vida uma experiência permanente, por isso nos abrimos e damos, por isso somos diferentes.

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