segunda-feira, 10 de setembro de 2012

Tivemos uma certa liberdade de escolha no liceu, com bons professores a Português e a Filosofia. Incentivaram-nos para a leitura, para a reflexão, para a escrita. Mas depois houve um ponto em que percebemos que há forças que nos querem afastar da liberdade, que nos querem impedir de sermos nós mesmos, que querem que façamos parte do rebanho. Passámos pelo consulado de Cavaco Silva, pelos “yuppies”...e pela promoção dos “yuppies”, dos jotinhas, dos carreiristas. Passámos pela tentativa de castração do pensamento autónomo, livre. Mas nós vínhamos do “boom” do rock português, dos UHF, dos Jafumega, vínhamos de Vilar de Mouros, dos “hippies”. Nós ouvíamos os Doors e os Pink Floyd. Nós líamos Marx, Nietzsche e os anarquistas. Nós líamos Mário de Sá-Carneiro e Fernando Pessoa. Revoltámo-nos contra o cavaquismo e contra as propinas. Cometemos erros e asneiras. Mas hoje temos a noção de que tivemos quase sempre razão. De que nunca fomos na conversa do Cavaco e que agora não vamos da do Passos Coelho. Constatamos que ainda temos a liberdade de escrever, de divulgar as nossas ideias no facebook ou nas páginas de um jornal, constatamos que a máquina de propaganda e o capitalismo dos mercados não nos silenciaram totalmente, constatamos que é tempo de revolução e de revolta.

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