sexta-feira, 28 de setembro de 2012

A LUTA COMUM

Grécia, Portugal, Espanha. A mesma luta. Contra os governos ultra-liberais, contra a austeridade, contra a troika. Mas também o combate contra a democracia burguesa, contra o sistema político, contra o capitalismo dos mercados. Milhões nas ruas a dizer sim à vida, contra os banqueiros e os especuladores da morte. Milhões a dizer basta. Milhões a dizer que isto não serve, que isto não presta. Que se esgotaram todas as negociações, todas as concertações sociais. Que exigimos o mundo e exigimo-lo agora, como cantava Jim Morrison. Que não é mais possível suportar o roubo, a vigarice, a mentira. Que somos cidadãos, homens livres, e não escravos ou macacos. Que temos de fazê-los cair de uma vez por todas.

segunda-feira, 24 de setembro de 2012

O HOMEM NOBRE

Este é um mundo de negociantes e de polícias, como diz Albert Camus em "O Homem Revoltado". Para combatê-lo temos de recorrer à arte e à criação. Uma revolução que despreza a arte e a criação redunda numa China ou numa União Soviética. Mas a sociedade dos negociantes e dos polícias necessita de ser ultrapassada. Daí o renascimento do homem através da criação. Começa com as crianças, com uma educação não virada para o acumular do dinheiro, para o lucro, para o interesse. Onde o ensino artístico e da literatura assumam um papel fundamental. Onde se desenvolva o espírito crítico e se eliminem os programas imbecis e narcotizantes da televisão. Onde os cidadãos discutam livremente nas ruas, sem medo, sem patrões, sem polícias. Onde a filosofia se exercite. Assim atingiremos o homem nobre de Nietzsche e de Platão.

sábado, 22 de setembro de 2012

O POVO E A REVOLUÇÃO

O povo continua a sair á rua. O povo quer o Passos Coelho na rua. O povo não aceita migalhas nem mudanças de coméstica. O povo acordou, afinal não somos o país de brandos costumes de que se falava. Rebentam petardos, chovem pedras e garrafas. Como na Grécia, como em Espanha. Passos Coelho e Cavaco não vão aguentar muito mais tempo. A revolução está próxima. Tomemos o presente nas nossas mãos. Não cederemos aos gatunos. Permaneceremos na rua. Até ao fim.

segunda-feira, 10 de setembro de 2012

Tivemos uma certa liberdade de escolha no liceu, com bons professores a Português e a Filosofia. Incentivaram-nos para a leitura, para a reflexão, para a escrita. Mas depois houve um ponto em que percebemos que há forças que nos querem afastar da liberdade, que nos querem impedir de sermos nós mesmos, que querem que façamos parte do rebanho. Passámos pelo consulado de Cavaco Silva, pelos “yuppies”...e pela promoção dos “yuppies”, dos jotinhas, dos carreiristas. Passámos pela tentativa de castração do pensamento autónomo, livre. Mas nós vínhamos do “boom” do rock português, dos UHF, dos Jafumega, vínhamos de Vilar de Mouros, dos “hippies”. Nós ouvíamos os Doors e os Pink Floyd. Nós líamos Marx, Nietzsche e os anarquistas. Nós líamos Mário de Sá-Carneiro e Fernando Pessoa. Revoltámo-nos contra o cavaquismo e contra as propinas. Cometemos erros e asneiras. Mas hoje temos a noção de que tivemos quase sempre razão. De que nunca fomos na conversa do Cavaco e que agora não vamos da do Passos Coelho. Constatamos que ainda temos a liberdade de escrever, de divulgar as nossas ideias no facebook ou nas páginas de um jornal, constatamos que a máquina de propaganda e o capitalismo dos mercados não nos silenciaram totalmente, constatamos que é tempo de revolução e de revolta.

terça-feira, 4 de setembro de 2012

A OUTRA METADE

Vão rareando as pessoas que nos recebem de braços abertos, que verdadeiramente nos amam e respeitam, que se dão. A maioria das pessoas vive no medo, no medo de perder a casa e o emprego, na obrigação de competir com o parceiro do lado, de juntar dinheiro. Verdadeiramente não vivem. Verdadeiramente não são capazes de ser autênticas. São capazes de ser bem-educadas, civilizadas, nada mais. O homem está desligado da sua metade.

domingo, 2 de setembro de 2012

ALGO

Dizer algo que os outros não dizem, algo que não vem na comunicação social, algo que às vezes dizemos nos bares a desoras, bem bebidos. Algo que dizemos sem esperar recompensa, algo que não tem preço, livre, absolutamente livre, como tudo deveria ser. Algo que faz de nós deuses, senhores de impérios de luz, detentores do milagre da vida. Algo que nos acompanha desde a infância, que nunca soubemos explicar, algo que importa dizer, que nos distingue dos outros. Algo que somos realmente, que nos aproxima da sabedoria, que nos torna bons e belos. Algo que é o amor.

sábado, 1 de setembro de 2012

O AMOR É A SOLUÇÃO

Contemplar a beleza essencial, conhecer o belo em si mesmo, eis o motivo pelo qual viemos ao mundo, segundo Sócrates. Eis a via de Eros, eis o amor. Nada nos eleva tanto quanto o amor, quanto o desejo de geração e procriação no belo. Alguns procuram a eternidade nos filhos, na descendência, outros procuram-na na criação, na poesia. Nada está acima do amor, da fraternidade. O amor não faz cálculos, não visa o lucro, não inveja, o amor é o contrário do capitalismo. O amor une-nos, faz-nos crescer, mesmo quando discutimos, mesmo quando não estamos de acordo. O amor torna-nos magníficos, sublimes, poetas, filósofos. O amor junta-nos à mesa, celebra-se com vinho, alimento, sabedoria. O amor dá-nos forças, asas, alegria. O amor é a solução, o último reduto que eles não podem comprar, que eles não podem negociar. Por isso te amo, por isso te amarei sempre.