segunda-feira, 6 de agosto de 2012
A REVOLUÇÃO DO AMOR E DA POESIA
“O “homo faber” (definido pelo utensílio e pela técnica) é também “homo mythologicus”, ou seja, alimenta mitos e alimenta-se de mitos. O “homo economicus” (interesse, lucro) é também “homo ludens”, fruindo o jogo, os divertimentos, vivendo da estética e da poesia.
O “homo sapiens”, “faber”, “economicus” é um ser unicamente prosaico, cuja vida é toda dedicada ao trabalho, à utilidade e ao lucro. O “homo prosaicus” é, no entanto, também “homo poeticus”, aspirando à poesia da vida, que é intensidade na participação, na comunhão, no amor e que tende para o êxtase.”
(Edgar Morin, “O Método VI- Ética”)
É claro que podemos ir sempre pela via do amor e da poesia. “Viver na prosa é apenas sobreviver. Viver é viver poeticamente”, afirma Edgar Morin. A poesia é um “estado de participação, comunhão, fervor, festa, amizade, amor que abrasa e transfigura a vida”. Traz consigo a participação no mistério do mundo. A racionalidade integra-se numa sabedoria louca, que vem do amor e da poesia. Assim, unidos no amor e na poesia enfrentamos os gigantes da máquina. Porque o que temos entre nós é sagrado, vem de Buda e Jesus. Porque somos êxtase, celebração mas afastamo-nos da barbárie interior já que trabalhamos o “bem pensar”. Porque somos compreensivos. Porque construímos o homem e como diz Montaigne, “não há nada mais belo e mais legítimo do que fazer bem o homem e devidamente”.
É claro que podemos dizer que o amor é a solução. É claro que podemos seguir Ghandi, John Lennon, Nelson Mandela. É claro que podemos falar do amor que une a mãe à criança. É claro que podemos voltar aos 16 anos, aos tempos dos “hippies”, do “peace and love”, do “flower power”. Demos umas curvas mas voltámos ao ponto de partida. Celebremos, comunhemos, dancemos em redor da fogueira. Encantemo-nos com a eterna novidade do mundo. Afastemo-nos da vida prosaica. Amemo-nos. Celebremos o novo homem, poético, criador, altruísta. Façamos a revolução do amor e da poesia.
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