quinta-feira, 3 de maio de 2012

Sou o poeta do Piolho tenho o meu livro "Café Paraíso" exposto no Piolho ouço a conversa da mesa do lado o Carlos Pinto já se foi o Joaquim Castro Caldas já se foi o João Ulisses já se foi O Rui Costa já se foi eu continuo aqui talvez vá muita gente ao meu funeral mas chega de lamúrias o que é facto é que continuo aqui vivo venho á cidade e encontro este e aquela sou um poeta isso sei que sou isso ninguém me tira não gosto de governos nem de gajos a mandar se alguém me dirigir a palavra eu respondo aos 18/19 anos em Braga toda a gente falava com toda a gente o pessoal abraçava-se ao som dos Doors isso perdeu-se as pessoas fecham-se em grupos não há aquela espontaneidade aquela liberdade anda tudo muito controlado mesmo que não pareça eu continuo aqui vivo sem culpas nem obrigações não segui a via do economista nem do merceeiro por isso me sinto livre mesmo que olhe para o relógio o governo não vem dar-me palmadas de vez em quando subo ao palco gosto de lá estar é outra dimensão comecei cedo depois fiz umas paragens agora aqui estou o poeta do Piolho o poeta no Piolho acredito que posso ir mais longe chegar onde nunca cheguei sigo pela estrada larga sou aquele que sou. Porto, Piolho, 30.4.2012

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