quarta-feira, 16 de maio de 2012

PLENAMENTE ÚNICO

"Quem não for como toda a gente, quem não pensar como toda a gente, corre o risco de ser eliminado" (Ortega y Gasset, "A Rebelião das Massas") Desde a infância que temos de seguir o caminho da normalidade. Temos de nos integrar no grupo para sermos aceites. Temos de concordar com o grupo, com a maioria, com a "felicidade da maioria". Temos de arranjar um emprego, temos de assentar, de abandonar as "loucuras" da juventude, temos de ser cidadãos sérios e cumpridores. A TV leva-nos a pensar como toda a gente, a aceitar a existência de um governo, a ser o homem médio, das "meias-medidas". Ora, o homem é muito mais do que isso, é aquele que se constrói, aquele que procura. É também o poeta, mas não o versejador da corte, aquele que ama desesperadamente a dama, que segue o caminho que conduz a si mesmo, como diz Nietzsche, que procura o conhecimento, a arte e a glória. É aquele que desafia as convenções, o tem que ser, as linhas rectas. Por isso não suporta ser dominado pelo grupo, pela sociedade, pelos poderes, pelos polícias. Tem uma voz original, que se destaca das outras. Às vezes é louco, outras extremamente lúcido. Todas as castrações o perturbam, quer ser plenamente livre, plenamente vivo, plenamente único.

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