quarta-feira, 28 de março de 2012
O HOMEM NOBRE E A GENTALHA
"O povo quando presente é constituído em populaça. A ralé sempre fez o jeito às contra-revoluções. Chegamos a esta maravilha paradoxal de serem os carneiros a eleger os lobos, os coelhos a eleger os furões, os pintos a eleger as raposas, as carpas a votar no lúcio, o melro a votar na cobra."
(Mário de Carvalho, "Le Monde Diplomatique", Março 2012)
O povo convertido em ralé, em gentalha, em populaça, em consumidor de produtos e imagens. Eis o resultado das directivas dos economistas comentaristas da TV, eis o resultado das missas do papagaio Marcelo e da acção dos empregados dos banqueiros, dos patrões dos media, dos servos das multinacionais, dos usurários, da indústria militar. E o povo continuará a ser a gentalha de Nietzsche enquanto se deixar comer, enquanto não tomar consciência da verdade, enquanto o seu cérebro for feito de notas e moedas, enquanto o sub-homem, o último dos homens, o homem burguês de Rousseau não ouvir o homem nobre, o sábio, o filósofo, o poeta. Enquanto isso não suceder o homem comum ficará condenado à escravidão, à castração, à luta pela existência, completamente domesticado, dócil, anestesiado dentro da caverna.
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