segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

QUEREMOS OUTRO MUNDO!


QUEREMOS OUTRO MUNDO!



Aumentam os transportes, vão-se os subsídios, o desemprego dispara. Aumentam também as situações de pobreza e miséria. Grande parte da classe média está proletarizada. É esta a política de Passos Coelho e da troika. Para além disso, esses senhores que servem os mercados vendem-nos uma "vida" desinteressante, entediante, repetitiva, onde as relações entre as pessoas obedecem às leis do ganho, do interesse, da economia. A macacos trepadores, como diz Nietzsche, a macacos que trepam uns por cima dos outros em busca do dinheiro, do lugar, do poder, eis ao que os governantes e os pregadores da morte nos querem reduzir. Aumentam igualmente os casos de depressão e de suicídio. O gozo, a alegria são muitas vezes artificiais, passageiros. Que mundo nos trouxe o triunfo da tecnologia? O mundo da máquina, da repressão do desejo, da castração, da felicidade fabricada. O mundo assim não presta. Queremos outro!

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VIVO



Escrevo para me manter vivo. Outros vivem da família, do trabalho. Eu vivo da escrita. Cada nova frase é um sopro de vida. Um triunfo contra a morte e a depressão. Sim, meus amigos, aqui na confeitaria travo batalhas épicas. Tomo dois cafés, gasto a caneta vermelha. Estou vivo, porra! Ainda não é desta que me derrotais, ó arautos da propaganda. A tinta vermelha no papel faz-me renascer.
Levanto a cabeça. A D. Rosa lê. A menina da confeitaria arruma a loiça. As famílias trazem as crianças. Sou, de novo, capaz de cometer loucuras. Estou vivo, porra! Afastai-vos de mim, ó demónios! Sou espírito e corpo. Penso. Há bondade na D. Rosa, nas gentes simples. Simplesmente segui outra via. Às vezes a mente bloqueia. O raciocínio não flui. Mas depois volta. Cavalga. Abre portas.

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