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Chove copiosamente lá fora. Não é aconselhável sair, até porque os meus sapatos têm buracos. A verdade é que, nestes dias, me sinto o tal mago, o tal profeta de que falam a Susana e a Filipa. Só não consigo ganhar dinheiro. Se calhar estou condenado a isso. A ser como Sócrates e Jesus. A pregar na praça, a ser convidado para entrar nas casas das pessoas que me dão de comer e de beber. De qualquer forma, é muito positivo manter este hábito de escrever em casa quase disciplinadamente, como um Lobo Antunes. Ou encher rolos de papel, como dizia o Melo e Castro. Depois ler a Bíblia, o Alcorão ou o "Zarastustra" (pela sexta vez) para voltar a ter iluminações. Não dá é muito jeito desatar aos berros em plena rua. De qualquer forma, com esta chuva, ninguém me ouviria.
Fecho os olhos. Como propõe Osho. Ainda há algo de explosivo, ainda que a serenidade predomine. Algo que me empurra para o uno primordial, para o eu primitivo de onde venho. Quero ler um livro que me ilumine. Quero um livro que mude a face da terra.
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