domingo, 16 de outubro de 2011

AMO-TE, Ó ETERNIDADE


Os imbecis só falam de treinadores, delegados e massagistas. E eu aqui com altas filosofias. Realmente nada tenho em comum com esses colegas de espécie. Estou mais próximo dos pássaros e das gatas. Desde a infância que sou diferente, que penso mais, que questiono. Estou como Zaratustra no país dos meus filhos, próximo do super-homem. Preciso de uma mulher para fecundar. Sou o mais infame dos poetas vivos. Começo a perder o medo. Todo eu sou raiva. Todo eu sou incêndio. Percorro as ruas. São minhas. Tal como as praças. Começo mesmo a perder o medo. Apetece-me ir para a rua dançar, celebrar o novo mundo, o super-homem. Todo eu sou raio, electricidade, energia. Amo as crianças ainda não estragadas pela máquina. Amo a Criação. Saudações, Walt Whitman! Saudações, Henry Miller! Sou vosso filho, venho de vós. Da nova raça. Celebremos. Brindemos. Brinquemos como as crianças. O novo mundo é aqui. O novo paradigma. O "homo sapiens-demens" de Edgar Morin. A nova espécie. Afastai-vos de mim, ó macacos! Não sou vosso. Não tenho de vos ouvir. Escarro publicamente no vosso Deus. Não suporto mais os vossos futebóis, ó homens pequenos. Quero o super-homem. Amo-te, ó eternidade, és a minha mulher.

Sem comentários: