sábado, 17 de setembro de 2011
eles tentam de novo
tentam e tentam
dia após dia
atiram-me as imagens
à cara
tentam converter-me
entorpecer-me aos poucos
fazer-me aceitar
mas eu sou do ouro
nasci noutro país
vivo
não me condenam ao tédio
mesmo que voe
nasci agarrado à terra
não sou igual a eles
hoje quero
sou a vontade
hoje não me levam
para a morte
sou soberano
não caio
a vida é minha
amo-a
danço com ela
a mente fervilha
a ideia brilha
não me conquistais
não entrais em mim
já tenho os meus fantasmas
os meus infernos
não preciso de vós
sou do ouro
da tribo antiga
do sagrado primordial
da mulher inaugural
vivo com ela
permaneço com ela
escuto os seus medos
e as suas manias
assim me construo
assim me elevo
acima de vós.
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