quarta-feira, 23 de março de 2011

O PARAÍSO QUE DEUS NOS ROUBOU


Alea Jacta est. A partir de ontem, nada será como antes. O menino encontrou-se com a natureza. É o homem global. Tem seguidores. Hesita entre a violência e a não-violência. Já não é o mero escritor. Chega a mais gente. Quer, agora, as mulheres bonitas. Hesitante ainda, fala como um senhor. É genuíno, dizem. Cria mundos, como na infância. Encontrou Morrison e depois Nietzsche. Nunca mais foi o mesmo. Sabe agora que tem responsabilidades e um papel a cumprir. Não tem que dizer o que os políticos dizem. Fala do homem a construir. Do homem que não se contenta com a mera sobrevivência, com o comer e beber, comprar e vender. Não se pode contentar com o macaco. O homem pode ser divino, pode ser Deus ou Jesus. Não tem que se reduzir a um ser medroso, intimidado pelos poderes, pelos patrões, pelos mercados. O homem só pode ser livre. E deve ser capaz de acreditar que está a mudar o mundo. Escrevendo, expondo-se publicamente, discutindo. Nada está acima do Homem. Nem deuses nem relógios. Não se pode impôr à minha vida. Nem Deus, nem Estado. Sou um deus como Brando no "Apocalipse Now". Sou um deus no meio do caos. Tu também podes sê-lo. Amamos. Amamos mas odiamos o homem pequeno e o mercado. Não suportamos mais o homem pequeno. Não glorificamos a classe operária. O povo despreza o artista e o revolucionário. E vem a gaja. E pára o mundo. Abençoada seja a beleza. Abençoada a beleza que se funde com a criação. Estamos a assistir ao renascimento do homem, ao homem que dá os primeiros passos, que vai á conquista do mundo, que demanda o Graal. Eis o homem, o cowboy solitário do bar, o pistoleiro que controla, que provoca, que é diferente dos outros. O homem da demanda. Que não vai atrás das multidões, da maioria. Que reclama o mundo e a vida, o paraíso que Deus nos roubou.

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